Ídolo, capitão e referência no elenco, Fred conquistou seu espaço nas Laranjeiras após quase cinco anos de Fluminense. No ano passado e no começo de 2014, no entanto, o atacante poucas vezes pisou nos gramados e os gols foram raros: oito gols em 28 jogos. Será que os R$ 900 mil mensais pagos ao centroavante nos últimos 13 meses (o que dá R$ 1,4 mi por gol e R$ 470 mil por partida) pelo clube com grande ajuda da parceira Unimed Rio valem a pena?
Segundo a diretoria do Fluminense e o presidente da Unimed Rio, Celso Barros, o investimento é válido, até por tudo que Fred representa no futebol nacional atualmente. Da seleção brasileira considerada ideal por Felipão para a Copa do Mundo deste ano, apenas o camisa 9 atua no país neste momento.
Para o Fluminense e a parceira, portanto, o retorno trazido com a permanência de um ídolo da torcida e titular da seleção brasileira compensa o alto gasto em salários mesmo com um baixo número de jogos nestes últimos meses. É o que pensa Celso Barros, que através da Unimed Rio banca grande parte dos vencimentos do atleta.
"O retorno de imagem dele sempre foi positivo, fomos bicampeões brasileiros [2010 e 2012]. Foi importante nos dois campeonatos, mesmo que num deles tenha jogado menos [em 2010, Fred também conviveu com lesões]. Infelizmente tem tido esse histórico de lesões, mas a expectativa é que supere esse momento", avaliou Celso Barros ao UOL Esporte.
Questionado se esse retorno de imagem compensa todo o valor investido pela empresa, Celso Barros foi evasivo e preferiu falar do montante usado no Fluminense de uma forma geral. Para o presidente da Unimed Rio, o Tricolor tem dado agregado muito valor à imagem da seguradora.
"É um conjunto de patrocínios de jogadores no Fluminense, e esse conjunto tem sido importante. Ano passado foi ruim, mas o Fluminense participou de três libertadores ultimamente. Tem sido muito positivo", disse o empresário, que tentará renovar seu mandato na presidência da Unimed Rio no próximo dia 25, quando acontecem eleições na seguradora.
O marketing do Fluminense também vê retorno positivo na imagem de Fred, embora o jogador tenha sido ausência em quase 60% dos jogos desde janeiro de 2013. Neste período, Fred passou mais de seis meses afastado dos campos por lesões, além de ter servido à seleção brasileira.
"O Fred joga no Fluminense, é o único titular do Felipão na seleção brasileira que atua no Brasil. Isso é um fator de diferenciação. Nós do marketing não decidimos o salário, isso quem pode falar é o futebol, mas, do nosso ponto de vista, é claro que é interessante hoje o Fred no Fluminense", disse o vice presidente de marketing do Fluminense, Idel Halfen, que considera as lesões seguidas algo fora do planejado.
"Quanto mais condições de planejar você tiver, é melhor para qualquer estratégia. Quando as coisas fogem do planejamento... Você não tem controle sobre as contusões. É algo que foge totalmente do seu controle", ponderou.
Procurado pela reportagem para falar sobre o assunto, o vice presidente de futebol do Fluminense Ricardo Tenório não foi encontrado. Mas o assessor da presidência e ex-diretor-geral do Tricolor Jackson Vasconcellos defendeu a relação entre custo e benefício do jogador, que perdeu cerca de 40% dos jogos da equipe desde que chegou às Laranjeiras, em 2009.
"O Fred é um ídolo, é um artigo importante do Fluminense. Tem a cara do Fluminense. Não da para se referir ao Fred como se fala de outros. É o mesmo com o Conca. Temos expectativa de que ele volte a jogar com mais frequência em breve", analisou Jackson.
Depois de um susto no último final de semana, quando ficou de fora do clássico contra o Flamengo por causa de um edema na coxa direita, Fred deve encarar o Boavista no próximo sábado, pela oitava rodada do Campeonato Carioca. A expectativa é de que o jogador encerre o jejum de gols que já dura cinco meses, agravado pela grave lesão sofrida em agosto do ano passado.