De R$ 7 milhões para, possivelmente, quase R$ 25 milhões. Essa é a valorização que o Santos deve conseguir com patrocinadores em seu uniforme para a temporada 2011. Se concretizar sua expectativa otimista nos contratos que ainda devem ser fechados, o salto das receitas chegará a 250% dentro de um período de 13 meses.
Atualmente, segundo informações obtidas com exclusividade pelo Terra, o Santos negocia com três empresas para o patrocínio principal de sua camisa: uma montadora de automóveis, uma empresa de eletrônicos e a Seara, que estampou sua marca em 2010 e tenta a renovação. No ano passado, eram pagos R$ 15 milhões pela Seara - a direção santista acha possível que esse valor fique perto de R$ 20 mi com o novo acordo.
Recentemente, o departamento de marketing do clube já fechou dois contratos para o uniforme de 2011: a Netshoes pagará R$ 5,5 mi para estampar sua marca nas mangas, enquanto a CSU vai desembolsar R$ 2 milhões para estar no número das camisas, totalizando R$ 7,5 mi sem contar o principal patrocínio, ainda a ser fechado. Eventualmente, o Santos avalia a possibilidade de abrir espaço no calção, nas costas e na omoplata (próximo às axilas).
No fim de 2009, quando Marcelo Teixeira deixou a presidência, o Santos recebia menos que isso de seus dois patrocinadores. Para expor sua marca no peito, a Semp Toshiba pagava R$ 5,4 milhões, que eram complementados por R$ 1,6 mi que a Universo Tintas desembolsava pela manga da camisa.
Em seu primeiro ano, a atual administração praticamente já triplicou o valor de patrocínios com a camisa. Com Seara, Medley e outros acordos pontuais, a receita obtida com o uniforme chegou a R$ 18 milhões durante a lucrativa temporada 2010.
Caso o Santos atinja os R$ 25 milhões que acredita poder conseguir, o uniforme do clube só seria superado por outros três clubes brasileiros em receitas de patrocínios: Corinthians, Flamengo e São Paulo. Isso apesar de pesquisas colocarem os santistas como sétima ou oitava maior torcida do País.
"Ação entre amigos" é criticada por opositores
Pelo segundo ano consecutivo, a direção santista expõe em sua camisa a marca da WWF Brasil, organização não governamental que trabalha em prol do meio ambiente. A medida é adotada enquanto o clube espera fechar um novo contrato de patrocínio e, embora aparentemente seja favorável a uma causa beneficiente, gera críticas entre os opositores do presidente Luis Alvaro.
Isso porque Álvaro Antonio Cardoso de Souza, o presidente do conselho diretor da WWF Brasil, é também um dos cinco assessores especiais de Luis Alvaro, o que expõe um conflito ético. "O Santos não é apenas um time, mas uma instituição que integra a sociedade brasileira. Estar ao lado da WWF-Brasil nesta causa é mostrar que reconhecemos nossa responsabilidade social", justificou o mandatário santista.
No futsal, salto de valores é maior ainda
Entre 2007 e 2009, o Santos recebia R$ 30 mil anuais para as categorias de base do futsal. O patrocinador era a Unisanta, justamente a faculdade que pertence ao então presidente Marcelo Teixeira. No ano passado, o valor saltou para R$ 400 mil e foi pago pela Votorantim Cimentos - que tem a participação de Walter Schalka, outro aliado do atual presidente Luis Alvaro.
Neste ano, o Santos monta um time forte para disputar as competições de futsal, contando até com Falcão, craque da Seleção Brasileira. Os patrocínios então já saltaram para cerca de R$ 2,4 milhões com as marcas Votorantim, Unilus e Cortiana Plásticos. A expectativa da direção é fechar novos acordos para superar os R$ 3 milhões, custo anual da modalidade.