Lionel Messi entrará em campo hoje, no Monumental de Nuñez, outra vez pressionado para mostrar que não é um intruso no país onde nasceu e que escolheu defender. Para a Argentina, o desafio não será muito diferente. A equipe enfrentará o Chile na abertura das eliminatórias sul-americanas sob a sombra de retumbantes fracassos.
Messi carregará mais uma vez o peso de ser o principal jogador da equipe, com o ineditismo de que será o capitão em um jogo em Buenos Aires.
Usará a faixa que nos últimos anos pertenceu a Ayala, Sorín, Zanetti e Mascherano. Todos foram chamuscados por derrotas com a seleção.
Mais do que começar bem a briga por uma vaga no Mundial do Brasil, os argentinos buscam reconciliação com a seleção e, principalmente, com o melhor do mundo.
Nesta semana, ao desembarcar em Buenos Aires, o craque do Barcelona reconheceu a pressão. "Estamos colhendo muitos fracassos", disse. Mas alertou: "Não ganho uma partida sozinho".
Alejandro Sabella concorda com a avaliação do seu jogador mais importante. O técnico prevê montar uma equipe bastante ofensiva e quer o craque atuando livre a partir do meio de campo.
O treinador falou sobre a dificuldade de enfrentar não só o Chile, mas todas as demais seleções latino-americanas. "Há uma paridade muito grande", disse Sabella, citando a recente Copa América, quando a Argentina fracassou em casa, como exemplo do que pode acontecer.
Apesar de as eliminatórias terminarem só em outubro de 2013, a grande pressão sobre Messi e a seleção é herança da Copa América, há três meses, quando o craque do Barcelona foi escorraçado até por não cantar o hino nacional.
"É o melhor do mundo, e o seu país não o respeita", escreveu dias atrás o jornalista argentino e colunista da Folha Juan Pablo Varsky no jornal "La Nación". "Esse contexto o afeta, condiciona o seu rendimento", completou.
Messi afirmou que seu único desejo no momento é contribuir para o sucesso da seleção. No fundo, é o que toda a Argentina também deseja.