O Campeonato Carioca é conhecido como o torneio nacional mais charmoso do Brasil, até por oferecer em seu regulamento a possibilidade de até três finais e diversos confrontos entre os representantes mais tradicionais. Mas a ausência do principal palco, o Maracanã, e principalmente a presença de três clubes na Libertadores - Vasco, Fluminense e Flamengo - pode ser responsável por esvaziar o torneio em alguns momentos. Resta ao Botafogo e até a alguns pequenos a partir do pontapé inicial neste sábado tentar aproveitar possíveis brechas deixadas pelos adversários.
Botafogo
No Botafogo, a meta é tentar superar a pressão da torcida após a queda inexplicável de rendimento no Campeonato Brasileiro. A estreia será no domingo contra o Resende, no Estádio do Engenhão.
"Precisaremos ter entrega e doação para buscar nossos objetivos. O futebol brasileiro sempre é muito difícil, apresenta equipes de alto nível", afirmou o técnico Oswaldo de Oliveira, que assumiu o clube em 2012. "Precisamos da torcida ao nosso lado para evitar turbulências", acrescentou.
Em campo, o torcedor do Botafogo poderá ver o meia Andrezinho como grande comandante das jogadas ofensivas. A maior dúvida está na decisão da diretoria em reintegrar o atacante Jobson, mais conhecido nos últimos anos pelos problemas na vida particular.
Vasco
No Vasco, a confiança é o principal aliado do elenco após a conquista do título da Copa do Brasil e o vice-campeonato do Campeonato Brasileiro. Mesmo antes da estreia de domingo contra o Americano, o meio-campista Diego Souza define o entrosamento dentro e fora dos campos como o grande segredo do sucesso.
"Eu já tive a oportunidade de trabalhar em vários grupos, mas a união que temos aqui é impressionante. Somos todos unidos no vestiário, nos jogos, e graças a isso fizemos um ano brilhante em 2011", destacou.
Na temporada 2012, o Vasco ainda espera ganhar um estímulo extra. Em tratamento de um AVE (Acidente Vascular Encefálico) sofrido no ano passado, o técnico Ricardo Gomes é aguardado para retomar o seu cargo. No início do Estadual, Cristóvão Borges segue no comando do time. Com uma base forte, o clube de São Januário comemora a permanência do meia Bernardo em definitivo.
Fluminense
No Fluminense, a ordem da diretoria foi investir pesado em reforços. O meia Wagner foi contratado junto ao Gazintespor, da Turquia. Mas o torcedor recebeu um presente ainda maior um dia antes da estreia contra o Friburguense: a apresentação de Thiago Neves, aumentando a crise no rival Flamengo. "O Abel terá uma dor de cabeça muito boa na temporada. Saberemos que aquele que for escolhido vai dar o máximo para defender o Fluminense. Estamos satisfeitos com a chegada do Thiago Neves, que será muito bem recebido, como eu fui", disse Wagner.
Flamengo
No Flamengo, a crise começou antes mesmo das partidas oficiais. Além da perda de Thiago Neves, a diretoria recebeu a missão de contornar a insatisfação do grupo em função do atraso de direitos de imagem. O zagueiro Alex Silva se recusou a ir para a Bolívia, local de preparação do jogo contra o Real Potosí, pela etapa preliminar da Libertadores da América.
A propósito, o Flamengo vai começar o Campeonato Carioca com uma formação reserva justamente em função da competição sul-americana. O argentino Bottinelli será o comandante do grupo que estreia no sábado no Estadual contra o Bonsucesso.
Já as equipes menores apostaram em filosofias distintas para tentar atrapalhar os grandes. Algumas das agremiações depositam a confiança em famosos que já não estão na melhor forma física da carreira: o meia Pedrinho (ex-Palmeiras) é o comandante do Olaria, o goleiro Marcelo (ex-Corinthians) defende a meta do Americano, os atacantes Lenny (ex-Palmeiras) e Somália (ex-Fluminense) integram o setor ofensivo do Boavista, enquanto o atacante Enilton (outro ex-Palmeiras) atuará pelo Bangu.
E o Resende chamou a atenção por contratar um argentino para o elenco, o zagueiro Facundo Gomez. O jogador conta com passagens pelo Quilmes e a indicação do antigo lateral esquerdo Sorín. Por fim, ao contrário dos adversários, o Nova Iguaçu prioriza a formação de jovens. A esperança é apresentar uma revelação no mesmo nível de Cortês (atualmente no São Paulo): o volante Amaral.