Impossível se esquecer daquela cartinha. Não havia lugar melhor para guardá-la que enrolada juntamente com o uniforme de pódio. No amassado pedaço de papel, a prova física do sucesso de um dos principais objetivos de Lipe com o esporte. Talvez, o grande legado da sonhada medalha de ouro.
O recado escrito por uma criança de 7 anos, apaixonada por vôlei, inspirada pelo ponteiro. Surpresa que o paranaense recebeu pouco antes de entrar em quadra para a final olímpica. E que serviu de motivação extra para uma atuação decisiva contra a Itália, coroada com o bloqueio em Zaytsev que selou a vitória e o título do vôlei masculino do Brasil na Rio 2016.
"Foi uma surpresa para mim. Recebi um pouco antes do jogo. Era uma carta escrita pelo João. Um garoto que tem sete anos e que está começando a alfabetização. Foi a primeira carta que ele escreveu. Dizia que gosta muito de me ver jogar e queria praticar vôlei por isso. Interessante que antes dos jogos eu costumo não usar o celular, não trocar mensagens. Mas recebi essa cartinha e foi um motivacional. Uma criança que começou no esporte por me ver jogar. O Lucão e o Maurício Borges estavam perto de mim e mostrei para eles. É emocionante jogar sabendo que você está inspirando crianças. É uma das partes mais importantes para nós que estamos no esporte", disse o jogador.
O responsável por fazer o bilhete chegar até o ponteiro foi o pai do pequeno João Francisco, Alexandre Sá. Voluntário no Maracanãzinho, o professor de Educação Física da região da Baixada Fluminense estava impressionado com empolgação do filho com o vôlei, especialmente o carinho pelo ponteiro de 32 anos da seleção brasileira.