Em reunião realizada no início da tarde desta segunda-feira, o comitê paulista indicou oficialmente o estádio que o Corinthians pretende construir no distrito de Itaquera como a opção do estado para a abertura da Copa do Mundo. O anúncio de algo que já estava combinado desde julho, quando o presidente do Corinthians viajou à África do Sul como chefe da delegação brasileira, foi feito pelo governador de São Paulo, Alberto Goldman, pelo prefeito da capital, Gilberto Kassab, e pelo presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e do COL (Comitê Organizador Local), Ricardo Teixeira.
Há mais incógnitas do que certezas no anúncio. Por exemplo: não foi explicado como será paga a diferença que custará a ampliação do projeto corintiano. Inicialmente, o clube pretendia construir um estádio de R$ 350 milhões, para 48 mil pessoas. Para abrir a Copa do Mundo é preciso um campo para 65 mil pessoas, a custo de R$ 600 milhões. O arquiteto Aníbal Coutinho, responsável pelo projeto, finaliza a adequação que será enviada ao comitê da Copa 2014 e à Fifa, que ainda precisam aprová-lo.
"Após o projeto aprovado virão as garantias financeiras, como aconteceu com todos os outros estádios que foram aprovados", disse o presidente Ricardo Teixeira, lembrando que antes da reunião recebeu uma ligação do governador eleito Geraldo Alckmin se colocando à disposição do comitê para ajudar com as obras de infraestrutura em Itaquera.
Ninguém respondeu diretamente sobre os custos. O Corinthians e a construtora Odebrecht, parceira do clube na obra, garantem que conseguem um financiamento de R$ 400 milhões com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas faltariam R$ 200 milhões, um terço do valor da obra. Andrés Sanchez diz que o Corinthians não paga a diferença.
"O Governo não pode colocar em dinheiro em uma obra privada (o estádio corintiano), mesmo se quisesse", disse o governador Alberto Goldman. A Fifa (Federação Internacional de Futebol Association) avisou recentemente, por meio de seu secretário-geral, Jerome Valcke, que a entidade não pretende colocar dinheiro em obras de estádio ou de estrutura.
Depois do anúncio, os três concederam rápida entrevista coletiva, mas com a insistência dos jornalistas em saberem como será pago o terça que falta para o estádio estar apto para a abertura da Copa de 2014, Goldman, Kassab e Teixeira preferiram encerrar a entrevista. Antes, o prefeito rasgou elogios ao Corinthians. Até pouco tempo atrás ele defendia o estádio do Morumbi, do São Paulo, como opção paulista para a Copa do Mundo de 2014.
"Vamos nos unir ao Corinthians nesta empreitada. O clube, além de representar o Brasil vai ganhar uma arena e trazer desenvolvimento a uma região do estado de São Paulo", disse o prefeito da capital.
A obra tem previsão de começar em março de 2011 e termina no final de 2013, portanto estará fora da Copa das Confederações, que será em junho de 2013. Em nota oficial, o Corinthians informou que finaliza a adequação do projeto para 65 mil espectadores e que a questão do financiamento será definido somente depois das aprovações pela Fifa e órgãos estaduais.