As reuniões de Marco Polo del Nero, de volta oficialmente à presidência da CBF, tiveram um assunto em comum nestas segunda e terça-feiras: a liberação de Neymar para a Copa América Centenário, em junho, e para as Olimpíadas, em agosto. Depois de receber uma carta do Barcelona informando que só liberaria o atacante para uma das competições na última sexta, a CBF enviou outro ofício para o clube catalão, pedindo que a decisão seja revista.
Até a última quinta-feira, o vice Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, estava interinamente na presidência. Porém, Del Nero saiu da licença, reassumiu o comando e tem escutado opiniões sobre o assunto Neymar. Nesta terça, o presidente almoçou com o técnico Dunga na sede da entidade.
Coronel Nunes também esteve no almoço. A tendência é que, se o Barcelona não ceder, o jogador só seja utilizado nas Olimpíadas, mas o martelo ainda não foi batido. O tema também foi abordado na segunda-feira, quando Del Nero se reuniu com seus vices - Marcus Vicente, deputado, não compareceu por conta das atividades em Brasília.
Pelo regulamento da Fifa, o Barça seria obrigado a liberar o seu camisa 11 para a Copa América, mas não para as Olimpíadas (cada país é representado por uma seleção sub-23 com mais três jogadores acima de 23 anos - Neymar tem 24).
Porém, a CBF já havia manifestado o interesse de contar com Neymar nos Jogos caso o clube não aceitasse cedê-lo também para a Copa América. Na última semana, o presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, afirmou que seria "impossível" liberar o ex-santista para os dois torneios neste ano.
Há cerca de um mês, Dunga e Gilmar estiveram na Espanha e reuniram-se com a comissão técnica do Barça para pedir a convocação dupla. Sem Neymar, a pressão sobre o técnico poderá ser ainda maior na Copa América Centenário, já que a sua presença nas Olimpíadas poderá estar relacionada com o desempenho da Seleção no torneio continental.
Em reunião na sede da CBF há uma semana, Dunga foi cobrado pela cúpula da entidade e ouviu que a competição nos Estados Unidos será fundamental para sua manutenção no cargo. Caso o capitão do tetra não comande a Seleção olímpica, uma das opções para a busca da inédita medalha de ouro seria Rogério Micale, atual técnico da sub-20 e que comandou o time sub-23 nos amistosos preparatórios para os Jogos do Rio.