Não foi dessa vez que Luiz Felipe Scolari pôde voltar a sentir o que é vencer no comando do Palmeiras. Neste domingo, no Castelão, o empate por 0 a 0 com o Ceará aumentou para três jogos a série sem triunfos pelo Campeonato Brasileiro - contra o Santos, o auxiliar Flávio Murtosa ficou no banco de reservas.
O Palmeiras, que vinha de um empate e uma derrota, não jogou bem, mas ao menos manteve uma escrita diante do rival. Em 16 jogos, são dez vitórias palmeirenses e seis igualdades - contando a deste domingo.
Com um jogador a menos em parte da segunda etapa, o time paulista segurou o ímpeto dos cearenses graças a Deola, que fez ótimas defesas no fim. Já os donos da casa sofreram com a falta de um finalizador e chegaram ao segundo empate seguido no Campeonato Brasileiro, desapontando a grande torcida presente no Castelão. Diego contribuiu para a noite dos goleiros e evitou uma derrota em casa.
O Ceará segue sem vencer desde o fim da Copa do Mundo. Tem 20 pontos e se mantém na terceira posição, agora um pouco mais distante do líder Corinthians, que soma 24. Na próxima rodada, visita o São Paulo, às 18h30m de sábado, no Morumbi. O Palmeiras continua no meio da tabela, em décimo lugar, com 14 pontos. A próxima chance de vitória para Felipão será no domingo, contra o Corinthians, às 16h.
Times leves, mas sem poder de fogo
Por motivos diferentes, as duas equipes entraram em campo com formações parecidas, mais leves e sem homens de referência no ataque. Pelo Ceará, Washington não pôde jogar por conta de uma cláusula em seu contrato, já que ainda pertence ao adversário. O ataque foi formado por um trio de velocistas: Misael, Tony e Erick Flores.
Já o Verdão, sem Edinho, Marcos Assunção e Pierre, também apostou em um jogo de velocidade. Felipão surpreendeu e deixou apenas Márcio Araújo com o trabalho de marcação. Tinga, Lincoln e Patrik tinham a missão de municiar Ewerthon e Kleber.
O Ceará foi o time que mais sentiu falta de um finalizador. Se Magno Alves - apresentado oficialmente antes do jogo - estivesse em campo, a história poderia ter sido diferente. O leve ataque de Estevam Soares soube envolver a defesa palmeirense, mas pecou na hora do chute. Deola só teve trabalho em duas ocasiões na primeira etapa: num chute de Erick Flores, logo no início, e numa cabeçada de Careca, que o goleiro defendeu em cima da linha de gol.
Retraído, o Palmeiras só levou maior perigo em um contra-ataque. Aos 29 minutos, Ewerthon avançou pela direita e encontrou Kleber na área. O Gladiador dominou, mas chutou sem força, nas mãos de Diego. O primeiro tempo terminou morno. Com boa qualidade e poucos erros de passe, é verdade, mas sem oportunidades mais claras. Era preciso chutar mais a gol para o jogo ter alguma emoção.
Aprenderam?
Para sorte de quem assistiu, os times descobriram que, sem finalizar, não há como tirar o zero do placar. Mesmo sem substituições, o Palmeiras voltou para o segundo tempo querendo jogo. Na base da força, Kleber quase abriu o placar aos seis minutos. Ele girou na pequena área, livrou-se de Careca e soltou uma bomba de pé esquerdo, atingindo o travessão.
O Ceará também percebeu seria difícil fazer gol se não chutasse em direção à meta. Tony aprendeu bem com os erros do primeiro tempo e sentiu que deveria tentar. Por isso, arriscou da intermediária, e Deola teve de se desdobrar para fazer a defesa. A vida dos goleiros começava a ficar mais difícil...
Estevam Soares foi o primeiro a tentar algo diferente, sacando Erick Flores para a entrada de Wellington Amorim, homem de área. Logo no primeiro lance, ele se antecipou à zaga e cabeceou uma bola que passou raspando a meta palmeirense.
Mas coragem, mesmo, o Ceará só criou quando Léo foi expulso após falta infantil em Camilo. Só a partir daí o time abriu mão do esquema com três volantes e lançou o experiente Clodoaldo, baixinho que fez sucesso no rival Fortaleza. Ele já entrou em campo cobrando uma falta, que por muito pouco não foi no ângulo esquerdo de Deola.
A pressão continuou, justamente com os únicos dois jogadores que não hesitaram em chutar a gol. Wellington Amorim tentou, com o pé direito, de cabeça, mas sempre parou em Deola. Clodoaldo, idem. O camisa 22 palmeirense foi o responsável por segurar o 0 a 0, que, no fim das contas, acabou sendo lucro para o Verdão.