Rogério Ceni viu Luís Fabiano desperdiçar a última cobrança do São Paulo em disputa contra o Corinthians, pela semifinal do Campeonato Paulista, no último domingo. Com isso, precisava defender o pênalti de Alexandre Pato para levar a partida aos tiros alternados. O goleiro se adiantou, espalmou a finalização e viu a arbitragem mandar voltar. Na segunda tentativa, o atacante alvinegro acertou o gol e classificou os corintianos.
Tradicional alvo das torcidas adversárias, Ceni foi bastante ironizado por ter se adiantado na finalização de Pato. Os rivais fizeram montagens, charges e vídeos provocando o goleiro por ter ido além da linha de gol para tentar defender. Em entrevista à ESPN Brasil, o são-paulino disse que ignorou as piadas e citou a estratégia empregada na "adiantada".
"Chego tarde do jogo, então não acompanho a programação esportiva. Vi umas charges, eu chegando perto da bola...", afirmou Rogério. "Já peguei pênaltis assim e foram validados em outros momentos. Contra o Estudiantes (Libertadores 2006) foi assim. É do momento do jogo, do árbitro, da boa vontade ou não", completou o goleiro.
Ceni lembrou da disputa de pênaltis contra o Estudiantes, pelas quartas de final da Copa Libertadores da América de 2006. Na ocasião, o goleiro viu o hoje corintiano Danilo desperdiçar no Morumbi no penúltimo chute e se adiantou para espalmar arremate de Alayes. Logo depois, Junior converteu a tentativa e o erro de Carrusca classificou o São Paulo para a semifinal contra o Chivas.
"Minha função é tentar defender o pênalti. Era pegar ou pegar. E a defesa foi feita. Uma pena que o árbitro mandou voltar. Eu via na Europa o Dida, que é um ótimo goleiro e pega muito bem pênaltis, vi jogos em que adiantou mais do que isso e não mandaram voltar. É do jogo. Alguns voltam, outros não", comentou o goleiro.
Rogério Ceni ainda citou outros arqueiros no Campeonato Paulista que se adiantaram para defender pênaltis e não tiveram as defesas anuladas. Entre eles, lembrou do santista Rafael, que foi destaque nas cobranças contra Palmeiras e Mogi Mirim, respectivamente nas quartas de final e semifinal do Estadual.
"É interpretativo. Vai de árbitro para árbitro e de comentarista para comentarista. Você vai no banco, faz um assalto, não importa se leva mil ou um milhão. Se você assalta, a punição não é pelo valor. É assim que vejo. Se eu adiantei mais do que o Cássio, adiantei. Assim como no sábado, na concentração, vi Santo x Mogi. O Rafael se adiantou um pouco e defendeu muito bem. Valeu normalmente. Ali é de momento. É muito impulso. Cada um quer fazer o melhor. O árbitro vai interpretar e é para isso que ele existe", explicou Ceni.