A estratégia do Flamengo de dosar suas forças no Campeonato Brasileiro para se concentrar nas competições de mata-mata começa a não surtir efeito nos resultados. Mas não restava alternativa, na visão da comissão técnica, de olho na segunda partida da semifinal da Libertadores, contra o Barcelona, amanhã, no Equador. A equipe viajou ontem reforçada de Arrascaeta e Filipe Luís, mas não há certeza se eles poderão atuar o tempo inteiro após período lesionados.
Perto de voltar à decisão que pode valer o tricampeonato continental, Renato Gaúcho confessou, ainda antes do empate com o América-MG, que o elenco estava todo “quebrado” e “cansado”. Não à toa, em dez partidas do Brasileiro o técnico viu o desempenho da equipe despencar de 80% para 53% de aproveitamento entre os cinco primeiros e os cinco últimos jogos.
No primeiro recorte de cinco partidas, a equipe utilizou um total de 11 reservas. Já no segundo, este número passou para 27. Esta segunda fase ainda coincide com o período de convocação das seleções, quando o Flamengo ficou sem Gabigol em um jogo, por dores musculares, e depois perdeu Arrascaeta, lesionado, por mais tempo. Mas isso não explica tudo.
Na média, o aproveitamento total de Renato Gaúcho na competição é de seis vitórias, dois empates e duas derrotas: 66%. O técnico tem sofrido críticas pela queda de desempenho da equipe, sobretudo de forma coletiva, e quando está sem força máxima. A partida contra o América-MG foi a que teve mais suplentes em campo: nove jogadores.
Esta foi a primeira vez que o Flamengo emendou dois jogos seguidos sem vencer, somado à derrota para o Grêmio. O lado positivo é que todas as vezes que Renato poupou antes de um jogo de mata-mata decisivo, venceu pelo torneio eliminatório. Seja na Libertadores ou na Copa do Brasil.