Em 20 dias, a torcida do São Paulo já percebeu que o técnico Adilson Batista possui uma obsessão pelo gol. Desde que assumiu o cargo, o treinador deu ao time uma artilharia pesada, mas também uma defesa furada. A equipe, que assume provisoriamente a liderança se derrotar o Atlético-PR hoje, possui o melhor ataque e uma das retaguardas mais vazadas do Brasileiro-2011 a partir da chegada de Adilson.
Nas últimas cinco rodadas, período em que contou com o treinador, o São Paulo marcou 11 vezes, uma a mais do que Flamengo e Atlético-PR.
Em compensação, sofreu oito gols, a marca mais elevada entre os times que estão na metade de cima da tabela.
O ataque são-paulino só passou em branco uma vez no período, contra o Vasco. Mas o Bahia foi o único rival incapaz de furar sua defesa.
"Eu gosto de ir ao ataque. Mas, às vezes, isso tem seu preço", disse Adilson, derrotado duas vezes na curta estadia no Morumbi --Ceará, pela Sul-Americana, e Vasco.
Antes de sua chegada, o Sâo Paulo tinha no Brasileiro média de 1,4 gol a favor e 1 gol contra por partida. Com ele, os números saltaram para 2,2 e 1,6 respectivamente.
A produtividade do ataque até diminuiu a pressão sobre a demora da estreia de Luis Fabiano, centroavante contratado em março e ainda sem condições físicas de atuar.
E essa equipe ofensiva, capaz de empolgar na frente e causar desespero atrás, sempre atua com três volantes.
"Mas você tem que ver o posicionamento e a qualidade deles", disse o treinador, que repete nos dias atuais a formação de sua passagem mais vitoriosa, pelo Cruzeiro.
Apesar do bom desempenho do ataque, Adilson ainda quer que seus pupilos arrisquem mais finalizações. É comum ver os jogadores trabalhando chutes a gol depois dos treinos físicos e táticos.
"O duro é que o tempo é curto. Mas temos jogadores com essa característica e pedimos que eles a aproveitem", completou o técnico.
O São Paulo é o segundo time que menos finaliza no campeonato, com 11,3 conclusões por jogo, mas compensa o dado com a melhor pontaria do certame (43,4%).