Quem dá bola é o Santos. O Santos é de novo campeão: bicampeão consecutivo da Copa São Paulo, o terceiro título de Copinha de sua história (o primeiro foi conquistado em 1984). Com uma vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, neste sábado pela manhã, no Pacaembu, o Peixe fechou um campanha perfeita (oito vitórias em oito jogos) e levantou o caneco da competição para jogadores até 19 anos de idade, atestando sua tradição de força nas categorias de base. Discípulos de Robinho, Neymar e Ganso vão surgindo aos montes e com qualidade nos últimos tempos.
No aniversário de 460 anos de São Paulo, foi um time de fora da capital paulista quem fez a festa. Mas o Santos está sempre em casa no Pacaembu, e a torcida do Alvinegro Praiano celebrou muito nas arquibancadas e nas numeradas.
O Santos decretou o seu triunfo com dois gols em nove minutos, ambos no primeiro tempo. O primeiro foi aos 21, com o centroavante Diego Cardoso. E o segundo, aos 30, com o meia Serginho.
No segundo tempo, Malcom diminuiu para o Timão, e o Peixe passou a receber um grande pressão, com direito a uma chance incrível perdida pelo colombiano Brayan. Mas os comandados do técnico Pepinho, filho do histórico ídolo santista Pepe, conseguiram se segurar e deram a volta olímpica.
Santos abre 2 a 0 no primeiro tempo
O jogo começou bastante equilibrado. Cada time dava espaço para o toque de bola adversário. E assim se viu uma série de ataques e contra-ataques em sequência. No entanto, com as defesas bem postadas e passado o ímpeto inicial, as ações começaram a ficar mais concentradas no meio-campo. O duelo, então, ficou truncado. Tal situação impedia a criação de boas oportunidades de gol. Mas nada como o talento individual para mudar a história. Aos 21, Stéfano Yuri partiu com a bola pela direita, deixou a marcação para trás, invadiu a área e tocou na saída de Henrique. O goleiro ainda conseguiu desviar a bola, mas ela sobrou para Diego Cardoso, que estava sozinho e só teve o trabalho de empurrar para o fundo da rede: 1 a 0 para o Santos.
Sair atrás do placar despertou o Corinthians. Empurrado pela torcida, o time partiu para cima do Peixe, mas, no ímpeto de marcar, acabou levando o segundo. Aos 30, o camisa 10 do Timão, Zé Paulo, deu mole e perdeu uma bola dominada no círculo central. Esperto, Stéfano Yuri aproveitou o vacilo e deu um belo lançamento para Serginho. Habilidoso, o 10 do Peixe correu com a bola e tocou na saída de Henrique, ampliando o placar.
O segundo tento sofrido abalou o Corinthians, que passou a errar muitos passes. Com o meio-campo descompassado, o Timão passou a basear o seu jogo em descidas pela lateral, principalmente com Lucão na direita e chutões buscando os atacantes. Tranquilo, o Santos tocava a bola esperando o tempo passar.
Corinthians reage, mas Peixe se segura
Insatisfeito com o rendimento do seu ataque, o técnico Osmar Loss mudou o Corinthians para o segundo tempo. O colombiano Brayan entrou no lugar de Lucas, que pouco criou. Grandão e raçudo, o estrangeiro mereceu atenção da defesa santista e acabou dando mais espaço para os seus companheiros. Isso foi visto em dois lances perigosos do Timão. Aos 7, Malcom quase marcou após invadir a área pela esquerda. Pouco depois, Ayrton deu uma cabeçada que raspou a trave esquerda do Peixe.
A pressão corintiana acuou um pouco o Santos. Mas não o impediu de passar a encaixar bons contra-ataques, uma das suas principais características. Depois da pressão corintiana, o Peixe retomou as rédeas do jogo e passou a buscar o terceiro gol, principalmente com jogadas do lateral-direito Daniel Guedes e dos endiabrados Serginho e Stéfano Yuri. O objetivo era deixar Diogo Cardoso na cara do gol.
Na segunda metade da etapa final, os times passaram a demonstrar bastante cansaço. Além da maratona de jogos da Copinha, o forte calor da manhã deste sábado na Zona Oeste de São Paulo derrubou o ritmo do jogo. Dá-lhe parada técnica para hidratação dos jogadores. Com semblante tranquilo pelo placar, os santistas escutavam atenciosamente as instruções do técnico Pepinho. Do outro, Osmar Loss tentava inflamar os corintianos e demonstrar que não havia nada perdido.
O recado do treinador corintiano fez efeito, e o Timão diminuiu pouco depois da parada. Aos 31, após cruzamento de Brayan pela direita, a bola sobrou para Malcom bater com força no canto esquerdo de João Paulo. O menino de 17 anos vibrou muito e levantou a torcida do Corinthians, que, apesar de ser maioria no Pacaembu, estava calada.
Brayan quase se consagrou e empatou o jogo, levando a decisão para a disputa por pênaltis. O colombiano caiu pela esquerda, deixou Paulo Ricardo no chão e chutou à esquerda do gol do Santos, levando os corintianos à loucura. Pouco depois, Zé Paulo chutou forte e a bola quase entrou também. Após confusão, o goleiro Henrique, do Corinthians, e o zagueiro Naílson, do Peixe, foram expulsos. Por conta disso, o árbitro Flávio Rodrigues Guerra acrescentou mais dois minutos à partida, e Zé Paulo quase marcou em cobrança de falta. Um sufoco para os santistas, que só puderam soltar o grito definitivo no apito final.