O Atlético-PR venceu o sol forte do início da tarde no Ecoestádio, em Curitiba, e um impetuoso América-MG, que chegou a ficar três vezes à frente no placar. Com um incomum 5 a 4, o Furacão mostrou que tem poder de reação, além de continuar firme na luta pelo acesso. Os gols atleticanos foram marcados pelos atacantes Marcelo (duas vezes) e Marcão, além dos meias Elias e Paulo Baier, este aos 49 minutos do segundo tempo. Pelo Coelho, Alessandro e Fábio Júnior balançaram as redes duas vezes cada um.
O horário não foi o habitual para o futebol brasileiro. Jogadores e torcida tiveram que mudar a rotina no sábado para assistir a partida que começou às 14h em função das eleições municipais neste domingo, dia que não terá jogos pelo Brasil. Mas a particularidade não tirou a emoção do jogo, que colocou frente a frente dois postulantes a uma vaga na Série A do ano que vem.,
Com a vitória diante de 5.029 pagantes, para uma renda de R$ 50.290,00, o Furacão retoma à quinta posição e continua três pontos atrás do São Caetano, o quarto colocado, com um total de 49. O resultado foi desastroso para o América-MG, que despencou para décimo, com apenas 40 pontos.
Partida começa quente em todos os sentidos
No quente Janguitão, se enganou quem pensou que os times economizariam fôlego. O jogo foi muito movimentado e nervoso. Os únicos que começaram com preguiça típica de horário de almoço foram os defensores dos dois times. O primeiro erro foi da dupla de zaga atleticana. Aos cinco minutos, o atacante Alessandro aproveitou a lentidão dos zagueiros e abriu o placar: 1 a 0 para o Coelho.
Com a desvantagem no placar e a impaciência da torcida, o Furacão não demorou para descer ao ataque. Enquanto o América-MG se fechou ? em alguns momentos, com uma linha de cinco -, o Rubro-Negro teve dificuldades para furar o bloqueio.
Na base do abafa, o Atlético-PR só conseguiu o empate após o volante Dudu derrubar Marcelo na área de defesa. Apesar das reclamações dos americanos, Elias não perdeu a concentração e bateu bem deslocando o goleiro Neneca para um lado e colocando a bola no outro.
A igualdade no placar não mudou o esquema tático do Coelho. O técnico Mauro Fernandes orientou o time a continuar esperto nos espaços que o Atlético-PR deixava durante os ataques. Deu certo. Com 28 minutos, Alessandro foi lançado livre e derrubado por Weverton. Pênalti bem cobrado e segundo gol do centroavante.
Drubscky aproveitou para fazer a primeira substituição do Atlético-PR: o meia Wellington Saci entrou no lugar do lateral-direito Daniel. Após a alteração, aos 38 minutos, Marcão roubou bola e passou para o chute de João Paulo. A pelota bateu na trave direita e voltou nos pés de Marcelo, que só empurrou e correu para comemorar o empate.
Mas o primeiro tempo não estava finalizado. O Coelho ainda conseguiu dar um último pulo para sair na frente do marcador. Foi vez do atacante Fábio Júnior aproveitar a marcação em linha do Atlético-PR. Oportunista, ele deu um leve bico e tirou do goleiro Weverton, aos 46 minutos. Vaias para o arqueiro atleticano, que saiu ouvindo o coro de "frangueiro".
Furacão ressurge e vence no último minuto
Para a etapa final, o Atlético-PR recorreu a uma velha arma do time: o maestro Paulo Baier, que entrou no lugar do meia Henrique. Foram necessários 30 segundos para o craque mostrar a diferença. Na rápida saída do Furacão, Baier deu um toque para Marcão sair na cara do gol e empatar pela terceira vez.
Além de sentir o baque do novo empate, o América-MG tinha dificuldades em marcar o novo posicionamento atleticano, com o atacante Marcão mais recuado. A nova virada do Furacão foi com Marcelo, que arriscou um chute cruzado: 4 a 3.
O Coelho continuava com dificuldades de atacar e sair da defesa, mas o treinador americano fez duas substituições para tentar mudar o panorama: o lateral Rodrigo Heffner saiu para entrar o meia Thiaguinho, além da saída do volante Agenor e entrada do atacante Ewerthon.
Autor de dois gols, Marcelo sentiu uma lesão e precisou deixar o campo. Drubscky tentou segurar o resultado e colocou o volante Derley. No primeiro lance em que o técnico recuou o Furacão, Fábio Júnior aproveitou mais uma boa assistência e bobeada da zaga atleticana, com 31 minutos, e fez 4 a 4.
O resultado não era bom para nenhuma das equipes, mas foi o Atlético-PR que decidiu ir à luta, sem antes tomar uma ducha de água fria. O volante João Paulo colocou a mão na bola na entrada da área de defesa e foi expulso.
Mas o calor, a falta de perna e o cansaço não foram barreiras para o Furacão. No sufoco, a estrela de Baier fez a diferença para fazer o gol do jogo na última oportunidade, aos 49 minutos. Vitória suada (em todos os sentidos) do Furacão.