O Cruzeiro se recuperou das duas últimas derrotas no Campeonato Brasileiro, para Ponte Preta e Santos, em pleno estádio Pituaçu, em Salvador, bateu o Bahia, por 1 a 0, neste sábado. A equipe mineira se aproveitou de um mau início do time da casa e marcou, logo no início da partida, através do argentino Montillo. O Bahia, pressionado pelo torcedor, muito insatisfeito com a má campanha na competição, tentou o empate de forma insistente, mas esbarrou no afobamento dos atacantes e na luta do setor defensivo celeste. No total, 8.946 pessoas pagaram ingressos e proporcionaram uma renda de R$ 124.920,00.
O técnico Celso Roth armou uma equipe muito diferente da que perdeu para Santos, na última quarta-feira. Foram, ao todo, cinco alterações, que, pelo menos na primeira impressão, funcionou. Porém, com as saídas de Borges e de Ceará, ambas por contusão, o Cruzeiro caiu muito de produção. O Bahia, por sua vez, completou quatro jogos sem conquistar uma vitória sequer. O time do técnico Caio Júnior, que bombardeou o Cruzeiro, segue mal no torneio, na zona de rebaixamento.
Com o resutado, o Cruzeiro subiu duas posições e, agora, está em sexto lugar, com 26 pontos, a dois pontos do Grêmio, primeiro time no G-4 e que entrará em campo neste domingo, diante do São Paulo, no Morumbi. Já o Bahia, entre os últimos, está em 18º lugar, com apenas 13 pontos conquistados.
Na próxima rodada, o Cruzeiro enfrentará o Fluminense, nesta quarta-feira, às 19h30m (de Brasília), no Independência, em Belo Horizonte. Já o Bahia vai a Campinas, onde encara a Ponte Preta, também na quarta, mas às 20h30m.
Nos pés de Montillo
O Bahia até começou melhor. O time conseguia chegar com certa qualidade e, quando pressionava a defesa do Cruzeiro, levava o time mineiro ao erro. Aos 3 minutos, Gabriel saiu na cara do gol e teria marcado se não fosse Fábio. Mas quem marcou foi o Cruzeiro. Aos 8, em contra-ataque rápido, Ceará fez bom cruzamento da direita, a zaga rebateu, e a bola sobrou para Montillo, que colocou no cantinho: 1 a 0.
Após o gol, o Bahia buscou pressionar. Adiantou a marcação, mas falhava no último passe. Na melhor chance, Rafael recebeu cruzamento no segundo poste e bateu firme de esquerda. Fábio defendeu. Borges respondeu em seguida com chute de longe e mostrou que a Raposa continuava perigosa no contra-ataque.
O gol celeste trouxe as primeiras manifestações de impaciência da torcida tricolor, que aumentaram depois dos 25 minutos, quando o Cruzeiro, comandado pelo garoto Lucas Silva, começou a tocar a bola e igualou o jogo. A bronca ficou ainda maior após a falha de Helder, que quase deu um gol para Borges. O lateral-esquerdo tricolor era, ao lado de Mancini, o alvo das broncas.
Se o Bahia sofreu com a falta de criatividade, o Cruzeiro marcou bem e foi agudo no ataque. Montillo levava perigo sempre que pegava na bola, como, aos 41 minutos, em bom passe para Wellington Paulista, que chutou sem ângulo. O Bahia tentou pressionar nos minutos finais, mas, de forma desorganizada. Sem perigo. Os mineiros foram para o vestiário com a vantagem, os baianos, com as vaias.
Pressão do Bahia
Os dois times voltaram mudados para o segundo tempo. O Cruzeiro trocou Borges por Anselmo Ramon, um atacante por outro. A Bahia pôs um meia no lugar de um volante. Lulinha substituiu Fabinho. E o Tricolor voltou em cima da Raposa. Com menos de cinco minutos, foram três finalizações.
Os primeiros minutos mostraram que o Cruzeiro voltou realmente mudado. Roth fez uma variação costumeira e recuou Leandro Guerreiro para jogar como um terceiro zagueiro. O time mineiro fez, nitidamente, uma aposta no contra-ataque e ameaçava encaixá-lo, com a ajuda da defesa baiana, que ensaiava uma falha.
A pressão do Bahia aumentou próximo dos 20 minutos, e o gol de empate começou a se desenhar. Na base do abafa, o Tricolor acuou o Cruzeiro. Gil Bahia, um ex-cruzeirense, entrou bem no jogo e deu trabalho pela direita.
Mas o Bahia continuava desorganizado e errava passes. Gabriel era um dos mais lúcidos pela direita e levava perigo. Aos 33, ele quase marcou em chute de canhota. O abafa baiano foi até o fim. O lado direito era a aposta tricolor, que levantou diversas bolas na área, embora poucas vezes tenha levado perigo real ao goleiro Fábio. Assim o jogo seguiu. O Cruzeiro se segurava, e o Bahia tentava, no desespero, encontrar um gol. Não encontrou.