Não foi somente na América do Sul que a tabela das Eliminatórias para Copa do Mundo de 2022 ganhou um asterisco nessa Data Fifa. Assim como Brasil x Argentina, o duelo entre Guiné e Marrocos, válido pelas Eliminatórias Africanas e que seria realizado nesta segunda-feira, foi cancelado.
A Fifa se pronunciou:
"A atual situação política e de segurança na Guiné é bastante volátil e está sendo monitorada de perto. Para garantir a segurança de todos os jogadores e de todos os árbitros, o jogo foi adiado. As informações de reagendamento serão disponibilizadas em uma data posterior".
Soldados que organizaram um levante na capital da Guiné no domingo disseram na televisão estatal que dissolveram o governo e a constituição e fecharam todas as fronteiras terrestres e aéreas. No entanto, o ministério da defesa disse que um ataque ao palácio do presidente Alpha Conde foi repelido.
Conde, cujo paradeiro não foi imediatamente esclarecido, ganhou um terceiro mandato em outubro, após mudar a constituição para permitir que ele se candidatasse novamente, apesar dos violentos protestos da oposição.
A seleção marroquina chegou a ficar presa em seu hotel durante parte do último domingo devido a falta de voos. No início da noite, entretanto, a delegação, que conta com jogadores de renome como lateral Hakimi, do PSG, conseguiu deixar o país.
- Obrigado a todos pelas mensagens e pelo apoio, foi um dia muito intenso, mas graças a Deus estamos sãos e salvos em Marrocos - escreveu Hakimi nas redes sociais.
Jogador do Liverpool, o meia Naby Keita, de Guiné, por sua vez, segue no país. O Liverpool está trabalhando na liberação do jogador para que ele retorne à Inglaterra. Keita permanece na Guiné, mas está "seguro e bem" segundo os dirigentes dos Reds.
- Estamos em contato constante com Naby e mantemos comunicação regular por meio da gestão de sua seleção. Estamos satisfeitos por ele estar seguro e bem cuidado. Obviamente, a situação está fluida e manteremos um diálogo regular com as autoridades relevantes enquanto trabalhamos para levar Naby de volta a Liverpool em tempo hábil e maneira segura - disse um porta-voz do Liverpool em uma declaração à agência de notícias AP.
Outros jogadores de Guiné que também atuam na Europa também tentam retornar aos seus clubes. Mas a situação ainda é complicada.
- Vai ser um pouco complicado regressar à Europa. Estamos preocupados com isso. O aeroporto está fechado - disse Issiaga Syll, zagueiro do Toulouse, ao jornal "L'Equipe".