Iniciada a temporada de 2020, o Flamengo se apresenta como o time com maior poderio para contratações no cenário do futebol brasileiro pelo segundo ano seguindo. Há um certo descolamento em relação ao Palmeiras com quem vinha rivalizando na última temporada. Informações do Uol.
A explicação para a capacidade de investimento é um crescimento constante em praticamente todas as fontes de receita que levou a uma arrecadação de praticamente R$ 3 bilhões em cinco anos. Em 2015, o Flamengo já era um clube que tinha renegociado suas dívidas e passou a pagar em dia após dois anos de reestruturação.
Conseguiu um aumento de receita – tanto que contratou Guerrero, do Corinthians -, mas ainda estava longe de atinseu potencial de arrecadação – ganhou R$ 356 milhões naquele ano. No início de 2016, a diretoria do clube aproveitou-se da concorrência entre a Turner e a Globo para assinar um contrato mais vantajoso de televisão em relação ao pay-per-view e luvas. Foi um total de R$ 120 milhões de luvas parceladas, e uma garantia de mínimo de Pay-per-view a partir de 2019. Em termos de contratos de TV Aberta e Fechada, o acordo era igual ao de outros clubes. As rendas de televisão superam R$ 200 milhões por ano.
Essa era, no entanto, uma base garantida para o clube. Era preciso bem mais do que isso para atingir o patamar atual. Para se ter ideia, as receitas de televisão e premiações com Libertadores e Copa do Brasil representaram 40% do total ganho pelo clube neste período de cinco anos.
E esse número é inflado pelas premiações desse ano com o título continental. Ou seja, se tivesse se limitado a um bom contrato de TV, o Flamengo não teria muito mais dinheiro do que os outros. Em relação a premiações, o clube tem participado com frequência da Libertadores, o que lhe garante cota da fase de grupos de US$ 3 milhões por ano. E venceu o Carioca também na temporada.
Uma chave foi o investimento forte na divisão de base feito com construções de CTs e até contratações de jogadores. Com isso, o clube passou a revelar jogadores de primeira linha, como Vinicius Jr, Paqueta, Jean Lucas, entre outros. Com as contas em dia, a diretoria poderia lutar pelas melhores ofertas. Em cinco anos, o Flamengo arrecadou R$ 568 milhões em vendas de direitos federativos, o que significa 19% do total. E isso tem sido crescente. Em 2015 e 2016, foram modestos R$ 23 milhões. No ano passado, foram R$ 298 milhões no total, turbinado por Paquetá, Jean Lucas e Léo Duarte. Para a temporada de 2020, já há a perspectiva da negociação de Reinier.
Simplesmente apostar em negociações, no entanto, também não seria suficiente pois é preciso ter receitas recorrentes significativas para pagar salários. E, neste caso, os maiores destaques são as receitas de estádio com bilheteria e Sócio-torcedor, ambos mais do que dobraram.
Para se ter ideia, em 2015, o clube arrecadava R$ 74 milhões com esses dois itens. Em 2019, o total obtido foi de R$ 162 milhões, ou seja, um acréscimo de quase R$ 90 milhões. Em cinco anos, foram R$ 500 milhões com os dois itens. Em meio à crise da economia brasileira, o Flamengo não teve grande crescimento de patrocínio no período. Manteve-se no patamar próximo de R$ 90 milhões por ano.
No total, o Flamengo arrecadou R$ 2,980 bilhões em cinco anos considerados os valores estimados para 2019. A estimativa do clube é de aumento das receitas de 16%, atingindo um valor acima de R$ 700 milhões. Obviamente, não prevê repetir a renda recorde de venda de atletas, nem ganhar a Libertadores.
Incluiu no orçamento, no entanto, metas ousadas como a semifinal da Libertadores. Mas, se a venda de Reinier se concretizar, a meta de venda de jogadores já terá sido superada por larga margem. É por isso que clube tem constantemente tido dinheiro para reinvestir em seu time. *O clube publicou um documento estimando a receita em R$ 857 milhões.
Mas não incluía os prêmios de campeão da Libertadores e de vice do Mundial. Somados esses dois valores, o montante vai para R$ 922 milhões.