Afrânio Costa pode ser definido como um homem que nasceu para brilhar. No esporte, merece uma posição de destaque entre os heróis olímpicos do Brasil. Foi o primeiro brasileiro a ter conquistado uma medalha nos Jogos, quando faturou a prata na pistola livre, em 2 de agosto de 1920, na Antuérpia. No mesmo dia, foi decisivo para a conquista da segunda medalha olímpica do Brasil, o bronze por equipes, com seu desempenho como último atirador da equipe (na foto Afrânio, ao lado de Guilherme Paraense, de braçadeira branca) . A atuação dele se torna ainda mais importante quando se descobre que, como chefe da delegação de tiro nos Jogos de 1920, foi o responsável por pedir equipamentos emprestados aos norte-americanos, já que os brasileiros tiveram os seus materiais roubados antes da competição. Ainda como atleta, foi campeão Brasileiro dezessete vezes e conquistou um total de 154 títulos.
Nascido em Macaé em 14 de março de 1892, se formou em Direito em 1912 e compartilhou um escritório de advocacia com seu pai, também advogado, até 1931, quando foi nomeado juiz. Teve uma atuação destacada como jurista, tendo ocupado os cargos de ministro do Tribunal Federal de Recursos e ministro do Supremo Tribunal Federal – onde comandou as eleições para presidente e para o Congresso em 1946. A biblioteca do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Centro do Rio de Janeiro, tem o nome dele como homenagem. Aposentado da Magistratura, se dedicou a gerenciar o hospital Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, de 1960 a 1976.
O legado de Afrânio para o esporte brasileiro é enorme. Diretor de tiro esportivo do Fluminense, ele ajudou a construir o primeiro estande para os atletas no clube. Foi justamente nas Laranjeiras que a equipe brasileira se preparou para sua estreia em Jogos Olímpicos. Também foi um dos fundadores da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, tendo sido um de seus presidentes, e foi o principal nome da implantação do tiro esportivo no Brasil. Foi também presidente da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), chefiando a delegação brasileira na Copa do Mundo FIFA de 1930, no Uruguai.
Afrânio Antônio da Costa faleceu no Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1979, aos 87 anos. Sua história jamais será esquecida e deve servir de inspiração para todos os atletas brasileiros.(Fonte COB)