Conselho do Fla tenta evitar o impeachment de Patricia Amorim

Patricia Amorim não deverá sofrer maiores ameaças de impeachment no Flamengo.

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Apesar da enorme pressão da oposição, a ameaça de impeachment de Patricia Amorim no Flamengo não deverá sair do papel. Nos bastidores do clube, já é dado com certo que Sylvio Capanema, presidente do Conselho Deliberativo e responsável por analisar o pedido do ex-presidente Márcio Braga, poderá "empurrar" o máximo que puder a decisão de abertura de inquérito do caso. Com o passar dos dias, não haveria tempo hábil para julgar uma saída da atual mandatária, já que o estatuto rubro-negro impede este tipo de processo em período eleitoral - após 31 de agosto.

A possível decisão de Capanema visa não tomar partido nesta "guerra" política e, principalmente, evitar um desgaste da imagem do clube. Para muitos, a decisão de abrir um inquérito para examinar este pedido de impeachment poderia ser interpretado como um ataque do Conselho ao grupo de Patricia Amorim.

"Não acredito que o doutor Sylvio vá fazer isso. Ele é um cara diplomático, sabe das coisas e não vai tomar partido em uma disputa claramente política. Não há qualquer ilegalidade. É apenas um ataque em ano eleitoral. E o fato dele instaurar um inquérito já seria muito desagradável. Caso faça isso, o que é muito pouco provável, ele sinalizaria que está com a oposição, atendendo a um pedido infundado deles. Ele não cairá no erro de "decretar uma guerra" às vésperas da eleição. Vai deixar passar o tempo, chegar o dia 31[de agosto] e amenizar o caso", disse um membro da diretoria que pediu para não ser identificado.

Após um pedido da oposição protocolado em 26 de julho, Sylvio Capanema teria até cinco dias para definir se aceitaria a abertura de um inquérito, o que não aconteceu até agora. Na próxima segunda-feira, em reunião extraordinária, o presidente do Conselho Deliberativo se posicionará novamente sobre o caso.

Na época que surgiu a notícia, o próprio Capanema admitiu que as coisas não seriam tão simples e que a proximidade do período eleitoral poderia abafar a possibilidade de impeachment.

"Não é uma coisa tão simples. Esse impeachment só caberá caso haja um flagrante de ilegalidade. E tem um ponto do estatuto muito importante: esse tipo de processo não pode ocorrer em período eleitoral. Não creio muito nisso. Além disso, pelo estatuto, os trâmites legais duram quase 60 dias, mas prorrogável alegando fatos de força maior. Com isso, extrapolaremos a data limite [31 de agosto] e isso se torna inviável", admitiu o presidente do Conselho Deliberativo do Flamengo ao receber o pedido.

Gestão temerária

Apoiado pelas correntes opositoras da política rubro-negra, Márcio Braga se baseou em um artigo da Lei Pelé para tentar a retirada de Patricia do cargo. O ex-presidente preparou um extenso documento que usa a justificativa de "gestão temerária" como principal argumento na luta de bastidores contra a atual mandatária. Segundo Márcio, a ação foi tomada após uma série de reclamações ouvidas dentro e fora do clube sobre a gestão.

Apesar das alegações do grupo opositor, membros da situação já dão a luta como "vencida" e nem sequer se preocupam com a possibilidade de impeachment. "Isso não existe. Chance zero. Tentaram tumultuar, mas não têm argumentos e tempo para isso", desdenhou o aliado da presidente.

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