Copa América: Chile anuncia que será sede, e CBF confirma

Presidente da federação revela ter documento assinado por Marin e espera homologação da Conmebol

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O presidente da federação chilena de futebol (Associación Nacional de Fútbol Profesional - ANFP), Sergio Jadue, anunciou na manhã deste sábado que a CBF cedeu ao Chile o direito de organizar a Copa América de 2015. Assim, o Brasil só receberá o torneio em 2019, 30 anos depois da última vez que foi sede da competição (1989). A CBF confirmou o acordo e agora espera a homologação da Conmebol.

- Com emoção e alegria, tenho orgulho de anunciar que o Chile receberá a 44ª Copa América. Em 2015 será no nosso país e em 2019 será no Brasil. Organizaremos uma Copa América muito boa e esperamos deixá-la em casa, vencê-la - disse Jadue, que estava acompanhado do técnico da seleção chilena, o argentino Claudio Borghi, na coletiva.

Na última sexta, Jadue esteve no Brasil e teve uma reunião com o novo presidente da CBF, José Maria Marin, na residência do substituto de Ricardo Teixeira em São Paulo. Segundo o chileno, um documento foi assinado durante o encontro garantindo a troca de sedes da Copa América e ele deverá ser ratificado na próxima reunião da Conmebol.

- Já nos encontros que tive na semana passada, na Commebol, em Assunção, e na AFA, em Buenos Aires, o assunto foi discutido e encaminhado para uma solução em que prevaleceram o bom senso e o entendimento entre as partes - contou Marin ao site da CBF.

A CBF explicou que um dos motivos da troca de sede foi a sequência de eventos esportivos realizados no Brasil entre 2013 e 2016 (Copa das Confederações, Copa do Mundo, Copa América e Olimpíadas), o que atrapalharia o calendário do futebol com a interrupção do Campeonato Brasileiro quatro anos seguidos.

- Os clubes ficariam prejudicados, pois certamente o Brasileiro teria de ser paralisado, justamente em um ano que tem tudo para levar multidões aos jogos, pois será realizado logo após a Copa do Mundo, com toda a estrutura que a maior competição de futebol do planeta deixará, com estádios modernos e todo um ambiente positivo que poderá se instalar no país - dise Marin.

Segundo fontes da Conmebol, a costura do acordo ocorreu também pela indicação de Marco Polo del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol, para o lugar de Ricardo Teixeira no Comitê Executivo da Fifa. O uruguaio Eugenio Figueredo contava com forte lobby de dirigentes sul-americanos, mas o apoio da federação chilena acabou selando a vitória do indicado da CBF.

- Após a saída de Teixeira, a ANFP entrou com tudo, falei com Marin. Viajei ao Brasil e assinamos o acordo. Nicolás Leoz (presidente da Conmebol) está de acordo com a troca e a Copa América está garantida no Chile em 2015 - afirmou Jadue.

O Chile receberia o torneio continental somente em 2019, mas passou a negociar com a CBF para receber a edição de 2015, já que o Brasil terá pela frente a Copa das Confederações em 2013, a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas no Rio em 2016. Também em 2015, o Chile será sede do Mundial Sub-17 da Fifa.

- Teremos dois comitês organizadores. Serão muitas pessoas trabalhando e queremos que todos participem. A Copa América será em junho, e o Mundial entre outubro e novembro - explicou Jadue.

O Brasil não organiza o torneio continental desde 1989, quando foi campeão vencendo o Uruguai na final no Maracanã (1 a 0 , gol de Romário). Dois anos depois, o Chile recebeu a Copa América pela última vez. Algumas cidades brasileiras chegaram a ser anunciadas como sedes de 2015, como Belém e Goiânia, durante a gestão de Ricardo Teixeira.

De acordo com o jornal chileno "La Tercera", o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, teria chegado a um acordo em 2009 com o governo do Chile para ceder a organização da Copa América de 2015. Porém, Teixeira negou que o Brasil abriria mão do torneio e frustrou a ANFP, então presidida por Harold Mayne-Nicholl.

Com a entrada de Jadue, as negociações voltaram e o dirigente teria conseguido convencer alguns membros da Conmebol durante reuniões do Comitê Executivo da confederação sul-americana. A saída de Teixeira também teria ajudado o presidente da ANFP, que passou a tratar diretamente com Marin e viajou a São Paulo para fechar a mudança.

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