Diferentemente da primeira passagem pelo Parque São Jorge, quando saiu como campeão e com status de ídolo entre torcedores, Cristian não foi feliz na volta ao Corinthians. Em situação financeira difícil, a direção do clube celebra a economia com o negócio que leva o jogador ao Grêmio, apesar do custo final dele superar R$ 14 milhões em salários ao longo de três temporadas - além disso, luvas foram combinadas pelo acerto.
No acordo firmado entre dirigentes corintianos e gremistas, Cristian terá os salários repartidos em proporções similares pelos dois clubes até dezembro. Na prática, isso significa que o Corinthians terá uma economia de aproximadamente R$ 800 mil ao ceder o volante para seu principal adversário na disputa do título do Campeonato Brasileiro.
Válido até dezembro, o vínculo com o Corinthians assegura a Cristian, hoje com 33 anos, um dos mais altos salários pagos dentro da gestão do presidente Roberto de Andrade: R$ 430 mil mensais. Foi ele próprio quem, ainda na reta final da administração do ex-mandatário Mário Gobbi, acertou ao lado do superintendente Andrés Sanchez o retorno do volante. Sanchez, amigo pessoal do jogador, foi um dos principais entusiastas da contratação. Meses antes, Gobbi chegou a barrar a vinda pelos valores que envolvia, mas depois também cedeu.
Em quase três anos pelo Corinthians, sendo seis meses deles afastado do elenco principal por decisão do diretor de futebol Flávio Adauto e do gerente Alessandro, Cristian atuou só 44 vezes. No início da trajetória, demorou a adquirir a melhor condição porque vinha de uma pubalgia e longa inatividade na Turquia. Depois, sofreu com problemas físicos, sobretudo duas lesões na panturrilha.
Ao final da temporada passada, a conclusão da comissão técnica do Corinthians foi de que aproximadamente 70% dos gols sofridos no ano havia sido fruto da falta de pressão no rival portador da bola por parte dos volantes da equipe. Esse estudo avalizou, mesmo com Cristian no elenco, as contratações de Paulo Roberto e principalmente Gabriel. Pelo meio-campista ex-Palmeiras, foi feito o maior investimento da temporada, com R$ 6,5 milhões por 50% de direitos econômicos.
Desde que foi excluído por Fábio Carille da relação de inscritos para o Campeonato Paulista, Cristian esteve cotado para deixar o Corinthians. Ele manteve conversas com a Chapecoense, com o próprio Grêmio, com a Ponte Preta, Jorge Wilstermann-BOL e, mais recentemente, com o Guarani. A direção corintiana se recusou a pagar o salário integral do volante nesses empréstimos, o que dificultou a situação para ele - que por sua vez, não aceitou rescindir o contrato que havia assinado.
Agora com Cristian, o Corinthians passa a ter um total de 18 jogadores com idade profissional emprestados a outras equipes.