Como tem se tornado frequente na temporada, o Corinthians voltou a ter um desempenho ruim no empate em 2 a 2 com o Athletico-PR, na Arena, na noite da última quinta-feira. Informações do Globo Esporte.
Sem repertório ofensivo, o Timão foi amplamente dominado, principalmente no primeiro tempo da partida. E voltou a sofrer diante de um time impositivo, como já havia sido contra o Grêmio, no Sul.
Mais do que o desempenho aquém do esperado, o Timão parece ter esgotado as possibilidades de evolução na temporada. O próprio técnico Fábio Carille disse que falta um "definidor" em seu time e que já está trabalhando para buscar soluções em 2020.
O problema é que ainda faltam 14 jogos para terminar o ano, e ficar fora do G-4 do Campeonato Brasileiro pode colocar o trabalho em xeque. Pensar na próxima temporada a longo prazo pode surtir efeito, mas a curto não. É preciso extrair mais do elenco.
Primeiro tempo
O Corinthians saiu no "lucro" no primeiro tempo do duelo. Envolvido pelo rápido ataque do Athletico-PR, contou com lances inacreditáveis de Marcelo Cirino e Léo Cittadini para não sair vazado mais vezes. Com muitos erros individuais e uma linha de defesa surpreendentemente desorganizada, o Timão sofreu nos 45 minutos iniciais.
O sistema como um todo não funcionou. Quando tentou avançar a marcação, Timão levou bola nas costas e, quando esperou o Furacão avançar, se confundiu na marcação e acabou dominado. Foi assim, por exemplo, no primeiro gol, quando Thonny Anderson deixou Léo Cittadini na cara do gol:
Números finais do Corinthians no primeiro tempo:
38% de posse de bola
3 finalizações
4 cruzamentos
83 passes certos
9 passes errados
9 desarmes
1 roubada de bola
Do meio para frente, o time também não funcionou bem. Nos primeiros nove minutos de jogo, Vagner Love atuou flutuando na linha de trás de Boselli, centralizado. Depois, Vital foi deslocado da ponta direita para o meio-campo, para atuar na criação. Nada deu certo.
– A gente não estava conseguindo encaixar a marcação, o Athletico sai muito bem ali com a bola trabalhada, a marcação não estava encaixando, então ele me botou pelo lado para tentar neutralizar o Athletico – explicou Vagner Love.
Com apenas 38% de posse de bola em casa, o Corinthians funcionou quando a bola não rolou. Os dois gols foram de bola parada: escanteio de Clayson na cabeça de Gil e cobrança de falta de Fagner que acabou nos pés de Boselli na pequena área, após desvio de Thiago Heleno.
Segundo tempo
Para tentar sair do jogo do Furacão, algumas variações foram testadas: Love passou a atuar do lado esquerdo, com Clayson na ponta direita. Mudança que rapidamente se desfez. Renê Jr foi usado, segundo Carille, para qualificar a saída de bola. E Vital, em alguns momentos, jogou aberto pela ponta.
Foi de Vital uma das melhores chances do Timão no jogo: puxando da ponta direita para o meio, o camisa 22 encontrou Boselli na entrada da grande área. O argentino chutou para fora. Autor de um dos gols do jogo, o centroavante sofreu para conseguir participar da partida. Love, que desperdiçou chance clara, também não conseguiu reverter o cenário.
Veja os gols:
Thonny Anderson, pelo Athletico, seguiu bagunçando a defesa do Timão. Pelo lado direito do ataque, quase fez um gol antológico na Arena ao passar por cinco jogadores ao tentar ser desarmado em seis vezes seguidas.
Aos trancos e barrancos, mas com pontuação acima do esperado, o Corinthians, de fato, não tem mostrado futebol para pensar em título. Mas pode, sim, pensar em melhorar ainda nesta temporada e planejar 2020 com, quem sabe, uma vaga à Libertadores assegurada.