Corredora sul-africana perde processo na Corte Arbitral do Esporte

A bicampeã olímpica, Caster Semenya, não poderá correr entre as mulheres por produzir naturalmente testosterona em alta escala

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O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) decidiu, nesta quarta-feira, que a corredora sul-africana  bicampeã olímpica dos 800m rasos, não poderá competir mais internacionalmente. Por conta da alta produção natural de testosterona de seu corpo, a Federação Internacional de Atletismo (IAAF)  proibiu Caster Semenya  de correr em suas competições. Diante da posição irredutível da federação internacional, a sul-africana entrou com uma apelação no TAS em fevereiro para tentar derrubar a regulamentação, mas o resultado desta quarta-feira não foi positivo para ela. 

A decisão, anunciada após três juízes terem passado a maior parte do último mês debatendo sobre o complexo caso, é em última instância esportiva. Assim, se ela quiser seguir competindo nas provas de 800m, sua especialidade, terá que tomar remédios para reduzir sua testosterona. Na semana passada, venceu o campeonato sul-africano na distância dos 5.000m. Nesta categoria, ela não precisaria baixar suas taxas de testosterona para seguir competindo. 

Semenya Caster Zurique — Foto: REUTERS Moritz Hager 

Em abril de 2018, a IAAF impôs uma regra que determinava que atletas com "diferenças de desenvolvimento sexual", as chamadas DSD, deveriam reduzir a taxa de testosterona para poder participar de competições internacionais em provas de até 1.500m. Na argumentação da IAAF, taxas de testosterona influenciam sobretudo em corridas dessas distâncias, por aumentar a explosão muscular. Semenya possui hiperandrogenismo, condição caracterizada pela produção excessiva de andrógenos como testosterona, o hormônio masculino.


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