Os primeiros 90 minutos da final da Taça Libertadores da América terminaram sem gols no lotado estádio Ciudad de La Plata, na Argentina. Melhor para o Cruzeiro, do goleiro Fábio, que segurou a pressão do Estudiantes e só precisa de uma vitória simples em Minas Gerais para vencer o seu terceiro título da competição continental em sua história.
A frustração foi grande entre os 36 mil torcedores argentinos, que apoiaram o Estudiantes do início ao fim. Lugares vazios só havia no lado dos visitantes, que tinham direito a 4 mil lugares, mas cerca de 300 cruzeirense foram a La Plata acompanhar o seu time do coração.
O segundo jogo da final está marcado para a próxima quarta-feira, às 21h50m (horário de Brasília), no Mineirão, em Belo Horizonte. Como o gol fora de casa não conta para a decisão do título, um novo empate leva a partida para a prorrogação e, se o placar permanecer igual, para a disputa de pênaltis.
Fábio segura o ímpeto argentino na etapa inicial
A primeira finalização cruzeirense saiu apenas aos seis minutos em chute de Ramires, que bateu na zaga e se perdeu pela linha de fundo. Na cobrança de escanteio venenosa, Wagner deu um susto no goleiro Andújar. Um erro pode ser fatal numa decisão, e Henrique escapou de boa aos sete minutos. Na entrada da área, a bola quicou na frente do volante, que ficou esperando que ela descesse e a viu sendo roubada por Pérez, que também falhou no passe decisivo, desperdiçando uma presente.
O primeiro lance de real perigo foi do Estudiantes, aos 11 minutos, em falta na entrada da área, que Verón bateu com categoria e viu Fábio voar para impedir o gol argentino. A estrela do goleiro brasileiro voltou a brilhar aos 16 em chute cara a cara de Pérez, que o camisa 1 celeste espalmou para escanteio. Antes que o escanteio fosse cobrado, uma cena inusitada: um cano de água estourou atrás de meta cruzeirense, mas o problema foi logo solucionado pela administração do estádio.
Schiavi, enfim, aos 25, recebeu o cartão amarelo que vinha fazendo força para receber ao atingir duramente Ramires. Wagner cobrou a falta na área, a zaga aliviou, e o meia voltou a cruzar para a cabeçada de Wellington Paulista, que saiu à direita. Na disputa, Germán Ré levou a pior e teve que enfaixar a cabeça para continuar na partida.
Verón continuava incomodando e, aos 35, mais um de seus chutes bateu na zaga e saiu em escanteio. Pouco depois, Fábio afastou um cruzamento que vinha na direção de Schiavi, se chocou com o zagueiro rival, que ficou se contorcendo em dores na área celeste pedindo pênalti, que foi justamente ignorado pelo árbitro. Aos 38, foi a vez de Marquinhos Paraná salvar a Raposa em cruzamento de Germán Ré que tinha endereço certo: a cabeça de Fernandez na pequena área.
Kléber, figura apagada na etapa inicial e que sofreu faltas sucessivas da defesa argentina, perdeu a paciência com mais um tostão que recebeu dos adversários. O atacante foi reclamar com o árbitro e a única coisa que conseguiu foi receber um cartão amarelo. Era o que os argentinos queriam ao provocá-lo. O Estudiantes ainda teve duas chances antes do fim da primeira etapa com Fernández, aos 42, em chute que foi cortado por Leonardo Silva, e com Verón, aos 44, em bomba certeira que Fábio agarrou firme sem dar rebote.
Kléber perde a chance da vitória
O Cruzeiro tentou se soltar após os sustos em sequência e Kléber arriscou o seu primeiro chute aos quatro minutos, sem muita direção. Aos seis, os cruzeirenses se revoltaram e pediram pênalti, pois após cruzamento de Wagner, Wellington Paulista se chocou com a zaga e ficou reclamando.
O clima foi ficando cada vez mais quente com Verón também sangrando após disputa com Ramires, que deixou o cotovelo, aos 13 minutos. "La Brujita" teve que deixar o campo por alguns segundos para levar pontos e voltar ao campo logo depois. Três minutos após o primeiro embate foi a vez de Schiavi dar um "soquinho" em Wellington Paulista, que desabou no chão, tentando forçar a expulsão do adversário, que já tinha cartão amarelo. O árbitro não advertiu ninguém.
Comandado por Pérez, o Estudiantes se lança à frente, mas a ansiedade faz com que os argentinos percam bolas fáceis e abrem chance para que o Cruzeiro apareça com perigo na frente. Aos 28, Ramires cruza na área na direção de Leonardo Silva, que aparece livre, mas cabeceia para fora.
Com o Estudiantes perdido em campo, a Raposa começou a aparecer bem nos contra-ataques. Aos 35 minutos, Kléber perdeu a chance do jogo. Wagner cruzou, Andújar espalmou nos pés do Gladiador, que, com o goleiro adversário caído, mandou para fora. Aos 38, a conclusão de Wellington Paulista, após cabeçada de Jonathan, passou perto, mas também não exigiu trabalho do arqueiro rival. Aos 44, a última boa chance do jogo foi dos argentinos com Salgueiro, que chutou forte, assustando o goleiro Fábio, mas a bola saiu.