Em um desembarque do time do Flamengo, Deivid tem que explicar o que deu de errado quando a bola não entrou; em outra chegada da equipe, o jogador é cercado por jornalistas para comentar sobre o gol que ajudou o time a vencer, como aconteceu diante do Cruzeiro. Nos estádios, as vaias são misturadas aos aplausos. Entre o papel de vilão e herói, o camisa 9 diz que os superpoderes vêm do grupo.
O atacante tem seis gols no Campeonato Brasileiro, e 12 na atual temporada em 30 jogos (confira no vídeo acima). Deivid marcou mais um na vitória por 1 a 0 diante no Cruzeiro, na última quarta-feira. O jogador foi o herói da partida. Ou não?
- Herói é toda a equipe. Foi um jogo difícil. Sabíamos que iríamos encontrar um adversário complicado, pela situação do Cruzeiro. Conseguimos fazer uma grande partida. Por isso, heróis somos todos nós: tanto o Felipe que defendeu lá atrás quanto eu, o Ronaldo e o Thiago que vêm fazendo os gols. O grupo está muito bem, não está tendo vaidade. Isso que está sendo o ponto forte do Flamengo.
Sempre alvo de críticas, Deivid, tranquilo e solícito, é do tipo que não deixa abalar sua estrutura. Os pilares - ou pilastras - são formados pela família.
- A família é tudo: os filhos, a esposa. É o alicerce, a pilastra que deixa você sempre em pé. Você tem que estar sempre tranquilo de que está fazendo as coisas certas. E quando você trabalha honestamente as coisas começam a aparecer da forma como planeja.
Além de fazer gols, o atacante admite que pode agir em outra frente.
- Fazemos a nossa parte, vencendo os jogos. É claro que a gente dá uma secadinha ali ? afirmou o jogador, em relação ao Corinthians, líder do Brasileirão com 31 pontos, um a mais do que o Flamengo. A equipe paulista, porém, tem um jogo a menos.
Acostumado a responder sobre jejum de gols, Deivid mantém a serenidade e não rebate as críticas. Ele fala, mas não responde.
- Não tenho que dar resposta alguma. Tenho, sim, que trabalhar no dia a dia para no jogo colocar tudo em prática.
Nesta quinta-feira, Deivid foi abraçado, tirou fotos e deu autógrafos para os torcedores no Aeroporto Santos Dumont. De óculos escuros, mas com um sorriso de canto de boca, o camisa 9 teve seu momento de herói. E até de galã.