A Fifa comunicou nesta sexta-feira (27), que Marco Polo Del Nero foi banido para sempre do futebol. Em nota oficial, a entidade informa que o presidente afastado da CBF foi retirado de qualquer atividade relacionada à modalidade após investigação que o considerou culpado de corrupção por receber propina na venda de direitos de transmissões de competições.
Além de afastá-lo definitivamente, a Fifa informou que Del Nero terá de pagar multa de 1 milhão de francos suíços, o equivalente a R$ 3,5 milhões (na cotação desta sexta-feira). Em seu comunicado, a entidade afirma que o dirigente já foi notificado da punição e considerado culpado de violar artigos do código de ética que dizem respeito a suborno e corrupção, oferecer e aceitar presentes e outros benefícios, conflitos de interesse, lealdade e regras gerais de conduta.
Em curta declaração à agência Reuters, Del Nero se mostrou indignado com a punição. "Vi sim a notícia da Fifa e só posso classificar a decisão como um grande absurdo", afirmou.
Com o banimento de Del Nero, Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, assume de maneira definitiva a presidência da CBF - vice mais velho da entidade, o cartola da Federação Paraense já ocupava o cargo durante a suspensão de Del Nero. Eleito no último dia 17, Rogério Caboclo só assumirá o comando da entidade em abril de 2019.
Del Nero já cumpria suspensão preventiva imposta pela Fifa por conta de investigação aberta pela Comissão de Ética da entidade em 23 de novembro de 2015. O dirigente é acusado de ter recebido subornos em troca de favorecimento a empresas em contratos para os direitos de mídia e marketing de vários torneios de futebol, incluindo a Copa América, Copa Libertadores e a Copa do Brasil.
Em dezembro, Del Nero havia sido suspenso provisoriamente por 90 dias, punição que foi estendida em fevereiro por mais 45 dias. O resultado das investigações saiu nesta sexta-feira, com a conclusão de que Del Nero teria cometido as irregularidades e determinando sua exclusão definitiva.
A investigação da Fifa contra Del Nero teve início após o escândalo de corrupção que assolou a entidade em 2015. Na ocasião, sete dirigentes ligados a confederações das Américas foram detidos em hotel na Suíça sob a acusação de integrar esquema criminoso em contratos televisivos. Entre os presos estava José Maria Marin, ex-presidente da CBF.
Del Nero também estava na Suíça no momento das prisões e retornou imediatamente ao Brasil. Desde então, o dirigente não fez mais viagens internacionais, se ausentando de diversos compromissos importantes pela CBF. Os pedidos de prisão dos dirigentes foram pedidos pela Justiça dos Estados Unidos, que realizou ampla investigação sobre relações comerciais de torneios da América.