Dilma dá o primeiro chute e inaugura Arena Fonte Nova; fotos

Em junho, a Arena baiana recebe três jogos da Copa das Confederações. No Mundial de 2014, serão seis partidas.

Descalça, Dilma dá o primeiro chute da Arena Fonte Nova | Manu Dias / GOVBA
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A fita está cortada. A Arena Fonte Nova está oficialmente inaugurada. Em uma cerimônia que contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, a Fonte Nova tornou-se o terceiro estádio brasileiro entregue para a Copa do Mundo. Antes, foram abertos o Castelão, em Fortaleza, e o Mineirão, em Belo Horizonte. Em junho, a Arena baiana recebe três jogos da Copa das Confederações. No Mundial de 2014, serão seis partidas.

A presidente chegou a Salvador pouco antes das 10h. Acompanhada pelo governador Jaques Wagner, do prefeito ACM Neto e outras autoridades baianas, ela conheceu todas as dependências da Arena. Depois do tour, ao lado do governador, Dilma não fez cerimônia: descalça, seguiu para o gramado e deu o primeiro chute na bola da Arena Fonte Nova. Na plateia, operários que trabalharam na obra, crianças, integrantes de projetos sociais, diversas autoridades e ex-jogadores. Entre eles, Osni, ex-craque de Bahia e Vitória, e um dos maiores jogadores da história da antiga Fonte Nova.

Emocionada no momento de seu discurso, a presidente Dilma quebrou o protocolo e cumprimentou primeiro os operários da obra para, então, dar os cumprimentos às autoridades presentes.

- Devo a vocês baianos e, por isso, me sinto presidenta de todos brasileiros, baianos e soteropolitanos. Tenho uma palavra para sintetizar o impacto desse estádio. Essa construção é única. A palavra é orgulho. É uma obra que mostra a criatividade e o trabalho do povo baiano. Somos conhecidos como o país insuperável ali naquele campo, e estamos mostrando do que somos capazes. Estamos mostrando que o Brasil fará um grande trabalho na Copa do Mundo, das Confederações e nas Olimpíadas. Queria dizer uma coisa: já participei de muitas inaugurações, mas essa ferradura dá um perfil, uma cara e uma atitude a esse estado. Mostra a característica e criatividade da Bahia. Me lembra de minha infância, porque fui no Tororó beber água e lá tem os orixás, que mostram o nosso sincretismo ? afirmou.

Dilma não se esqueceu do clássico do próximo domingo e lamentou por não poder estar presente na primeira partida de futebol da Arena Fonte Nova.

- Somos um país diferente. Conseguimos conviver com as diferenças, como o Bahia e o Vitória aqui. Lamento não poder estar aqui no domingo, mas já imagino os gritos de gol. Tomara que não dê zero a zero para gente sentir esse gosto da Copa das Confederações, quando espero que o Brasil faça o seu papel. Fiquei satisfeita quando ouvi que era uma obra sustentável - disse a presidente.

- Esse estádio é mais uma parte da reconstrução do nosso orgulho. Teremos muitas alegrias aqui. Também algumas tristezas, porque não se pode ganhar todas. Na Bahia, me sinto em casa e irmanada com esse povo - encerrou a presidente, que foi surpreendida pelo governador Jaques Wagner com um teste de áudio da torcida.

Estiveram presentes ainda os ministros dos Esportes, Aldo Rebelo, da Justiça, José Eduardo Cardoso, da Comunicação, Helena Chagas, além dos ministros baianos César Borges, dos Transportes, e Luiza Bairros, da Políticas de Promoção da Igualdade Racial e do Padre Antônio Maria. O presidente do consórcio Arena Fonte Nova, Frank Alcântara, e outros diretores também participaram da cerimônia, assim como Ney Campello, titular da Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo da Fifa 2014. O evento ainda contou com a presença da cantora baiana Will Carvalho, que cantou o Hino Nacional.

- Em homenagem a cada um de vocês operários, que dedicaram seu suor a essa grande obra. Quero parabenizar o governador, que tomou a decisão acertada de demolir a antiga Fonte Nova. Tenho recordações muita caras desse estádio, que trouxe recordações boas aos baianos, mas que precivava ser demolido. Quero parabenizar também a presidente Dilma, pelo incentivo do Governo Federal. Hoje é um dia especial. Nossa postura será de parceria, e o povo de Salvador vai ter o seu metrô. A primeira capital do Brasil tem o mais bonito e sofisticado estádio do Brasil - afirmou, em discurso, o prefeito ACM Neto.

O presidente do consórcio, Frank Alcântara, agradaceu aos operários da arena e fez um breve histórico desde a demolição do antigo estádio. Alcântara ainda pediu a ajuda da população para preservar a Arena baiana.

- Todos nós temos responsabilidade de cuidar daqui como nossa casa. Esse estádio reúne a sensibilidade do poder público e a determinação do poder privado, juntos por um novo momento do Brasil. Passar de estádio para arena é tambem mudar a mentalidade, e contamos com vocês para isso. Muito obrigado também aos clubes, as almas desse estádio. Bem vindos à casa de vocês. Está aberta a Arena Fonte Nova - discursou o presidente do consórcio.

Já o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, fez uma homenagem aos ídolos do futebol baiano Osni e Bobô. Rebelo citou os ex-jogadores e não esqueceu os clubes do estado: Bahia, Vitória, Galícia, Ypiranga, Leônico, Fluminense de Feira.

- Temos muito orgulho da Copa, mas Salvador já fez coisas mais difíceis. E a Copa será um desafio, mas tenho certeza de que Salvador dará ao mundo uma grande Copa do Mundo - disse o ministro.

O governador da Bahia iniciou seu pronunciamento sob gritos de "Bora Bahêa!" vindos da arquibancada. Bem humorado, Wagner respondeu aos torcedores e fez promessas sobre a mobilidade urbana de Salvador.

- Todo mundo diz que eu sou Bahia, mas o vice-governador é Vitória para equilibrar - disse.

- Ali estamos colocando os assentos móveis para a Copa das Confederações, que vão sair após o torneio [na área da ferradura do estádio]. Faremos de todo aquele espaço o grande palco para os nossos artistas. Ali poderemos receber até 15 mil pessoas. Nós choramos, com carinho, por aquela demolição. E hoje essa é a Arena Fonte Nova. Quis Deus que a presidente Dilma colocasse um PAC de R$ 1 milhão para as vias estruturantes de Salvador. Nós vamos fazer, junto com a prefeitura, fluir o trânsito da cidade. Na segunda-feira, eu e ACM Neto assinamos um acordo e, finalmente, o sofrimento de doze anos vai ter fim. Vamos botar para funcionar nessa cidade o metrô que nunca termina! Vamos ter ônibus e metrô nessa cidade. Vamos chegar até Cajazeiras.

O governador ainda agradeceu à presidente, ao presidente do Sintepav, Adalberto Galvão, e pediu aplausos para os operários da Arena Fonte Nova.

Além do prefeito, do governador e da presidente, um representante dos operários também esteve presente. A presidente recebeu uma flor de metal feita pela operária Lucimar Freitas, a Flor, primeira mulher a trabalhar na obra da Arena Fonte Nova.

Antes da chegada de Dilma, o clima de Ba-Vi tomou conta do público. O clássico que inaugura o estádio no próximo domingo rendeu várias manifestações da plateia. A todo instante, os tricolores agitavam a bandeira tricolor e gritavam palavras de incentivo ao Bahia. Em resposta, os rubro-negros vaiavam os rivais.

Apesar da festividade, o clima ainda era de muito trabalho ao redor do estádio. Operários correm para finalizar as obras do entorno. No domingo, a Arena recebe o seu primeiro grande evento: o clássico Ba-Vi. Antes de a bola rolar, será realizada uma grande festa com a presença das cantoras Claudia Leitte, Ivete Sangalo, Margareth Menezes e do grupo Olodum.

Prevista para ser entregue em dezembro de 2012, a Fonte Nova ganhou um novo prazo para inauguração ainda no segundo semestre do ano passado. O prazo ainda mudou para 28 de fevereiro de 2013, mas outra vez precisou ser adiado. No dia 8 de março, o estádio foi "entregue" pelo consórcio Arena Fonte Nova ao Governo do Estado.

Diante de tantas alterações no calendário, a primeira grande festividade da Arena também foi modificada. Previsto para o dia 29 de março, um grande evento musical com artistas baianos foi remarcado para o dia 7 de abril, próximo domingo, mesma data em que ocorre o clássico Ba-Vi, anteriormente previsto para 31 de março.

Enrolada em uma enorme fita do Senhor do Bonfim, um dos santos mais tradicionais da Bahia, a Fonte Nova volta a fazer parte do dia a dia dos baianos depois de seis anos sem receber uma partida. Após uma tragédia que matou sete torcedores em 2007, quando uma parte da arquibancada desabou, o estádio ficou fechado até 2010, quando foi demolido. Após dois anos e oito meses de obra, a Fonte Nova está de volta à cena.

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