Embora tenha perdido a camisa de número 10 para Neymar e mesmo sido escalado fora de posição depois da decisão de Luiz Felipe Scolari de testar o ex-santista como um ponta-de-lança, Oscar segue sendo o verdadeiro número 10 do Brasil no que diz respeito à eficiência na posição. Algo que ficou evidente na partida contra a França quando Felipão trouxe o jogador do Chelsea para o meio e levou Neymar para a esquerda ainda no primeiro tempo, quando o Brasil não conseguia furar o bloqueio montado por Didier Deschamps.
De acordo com números do Datafolha, Neymar até acumulou um maior número de ações na partida que Oscar (52 contra 39), levando vantagem também no número de passes (24 a 17) e desarmes (5 a 4), mas o ex-jogador de Inter e São Paulo, nas palavras do próprio Felipão, teve mais desenvoltura para atuar no espaço atrás de Fred. "Ele atua melhor por aquele setor, está mais acostumado a marcar", explicou o treinador.
Oscar mostrou também seu melhor posicionamento pelo setor quando apareceu livre para receber de Fred o passe com que marcou o primeiro gol contra os franceses e seu segundo pela seleção na era Scolari, depois de deixar sua marca no empate de 2 a 2 contra a Itália, em Genebra, há dois meses. Neymar ainda não fez gol sob Felipão nas partidas contra adversários europeus.
As diferenças de acionamento são exacerbadas pelo fato de que Neymar jogou 89 minutos , ao passo que Oscar foi substituído depois de 65, quando Felipão trouxe Fernando para a fortalecer o meio de campo ao trocar Hulk por Lucas ? no empate em 2 a 2 com os ingleses na semana passada, Neymar jogou 90 e Oscar apenas 56.
O jogador do Chelsea também pareceu bem mais confortável trabalhando pelo meio, ao passo que Neymar apareceu muito mais no jogo atuando pelo lado esquerdo ?lá estava, por exemplo, para colocar a bola na alça de mira de Hernanes no segundo gol.
Mais acostumado com a posição em partidas de alto nível por conta da rotina do Chelsea, Oscar parece sentir um pouco menos a pressão de ser referência em campo. Em sua primeira partida com a camisa 10, contra a Dinamarca, em maio do ano passado, ele foi o melhor em campo. Na ocasião não trocou de camisa ao final da partida, porque queria guardá-la de recordação.
Parecia adivinhar que o número acabaria sendo entregue a Neymar.