Ronaldo aprovou. O gerente de futebol Edu Gaspar chegou a viajar para a Espanha. Mas, quando o negócio estava quase certo, o então presidente Andres Sanchez vetou. E o Corinthians acabou iniciando a temporada de 2012 sem o volante Mahamadou Diarra na equipe.
O capitão da seleção de Mali foi só um dos quatro ex-jogadores do Real Madrid, todos agenciados pelo mesmo grupo de empresários, oferecidos a times brasileiros nos últimos meses. Porém, nenhuma das transações vingou.
Figurantes entre os "galáticos" do Real ao longo da década passada (Zidane e o Fenômeno à frente) e hoje trintões, o quarteto viu no crescimento econômico do Brasil uma chance de escapar da crise europeia, que atinge também o futebol.
A informação é do pernambucano Rafael Monteiro, há sete anos na Espanha e há dois e meio atuando como procurador do grupo, que ainda conta com nomes como o meia Guti.
Além de Diarra para o Corinthians, em novembro, os atletas oferecidos foram o lateral direito uruguaio Carlos Diogo ao Santos e os espanhóis Raúl Bravo (lateral esquerdo) e Pavón (zagueiro) para Botafogo e Bahia --estes, inclusive, agora em janeiro.
Todos já passaram pelas seleções de seus países. Todavia, atualmente longe dos holofotes, os clubes decidiram não assumir o risco.
"Falei com o pessoal lá, mas infelizmente não deu certo", admite o corintiano Gaspar, preferindo não dar maiores detalhes da história.
"Por causa de besteira, o Mahamadou não foi contratado. Quem perdeu foi o Corinthians, né", afirma o intermediário Monteiro, que revela as participações de Ronaldo e até Roberto Carlos, outro ex-atleta do Parque São Jorge, nas conversações.
A dupla atuou com o jogador, 30 --que um ano atrás foi emprestado pelo Real ao francês Monaco-- nas temporadas de 2006 e 2007.
Desde a reapresentação do elenco, o técnico Tite cobra mais um volante para o elenco alvinegro. A tentativa de repatriar Cristian, do Fenerbahce, não avançou.
O vice de futebol do Botafogo, André Silva, confirma a sondagem envolvendo Raúl Bravo, 30. Em 2012, a equipe perdeu o titular da lateral esquerda, Cortês, para o São Paulo. "Mas a coisa não foi para a frente", declarou.
Com férias maiores que a dos rivais devido ao Mundial da Fifa no Japão, em dezembro, o Santos não respondeu sobre Diogo, 28.
Pavón, 32, ganharia R$ 70 mil no Bahia. Contudo, o gestor de futebol do clube baiano, Paulo Angioni, recusou a oferta.
A parceria com ex-peças do Real vem da época em que os atletas pertencem ao time.
Um dos empresários é o diretor do banco onde eles recebem o salário. E aproveita para gerenciar suas carreiras quando ficam sem contrato.