Se Ronaldinho Gaúcho não possui o mesmo prestígio com a torcida do Flamengo de outrora, entre a diretoria rubro-negra o cenário não é muito diferente. O comportamento do jogador não tem agradado à cúpula, que nos bastidores ad-mite estar refém do camisa 10. A insatisfação com Ronaldinho passa pelas suas atuações oscilantes, uma agitada vida noturna, falta de empenho nos treinamentos e omissão dentro e fora de campo.
? Não há o que fazer e, de certa forma, todos nós acabamos reféns dele ? constatou um dos membros da cúpula do Flamengo, não escondendo o descontentamento com as atitudes ? ou a falta delas ? de Ronaldinho.
Com multa rescisória de mais de R$ 300 milhões, uma saída só aconteceria se chegasse uma proposta interessante para o jogador. Ronaldinho não vem fazendo o que se esperava dele. É o capitão do time, mas não tem exercido o papel de líder. Em reunião recente com a presidente Patricia Amorim, na qual ela cobrou melhores resultados, quem pediu a palavra foi Deivid. Antes dos jogos, em preleções e rápidas conversas, é Vagner Love o responsável por palavras de incentivo.
Ciente das ausências e da falta de empenho de Gaúcho, a diretoria deu carta branca ao técnico Joel Santana para que, caso seja necessário, tome medidas mais enérgicas. Mas assim como a cúpula, ele é refém do craque. Experiente, o treinador evita qualquer tipo de colisão com o astro. Joel foi contratado não só por seu currículo vitorioso, mas também pela fama de saber administrar ambientes conturbados e com jogadores consagrados. Além disso, sabe que um dos motivos que fez Vanderlei Luxemburgo, seu antecessor, sair da Gávea foi o fato de ter entrado em conflito com o jogador.