Não há temporada nova da Fórmula 1 sem que haja mudanças no regulamento. Em 2012, elas são poucas, se comparadas aos anos anteriores, mas prometem movimentar ainda mais a categoria. O que mais chamou atenção até agora foi a redução da altura limite dos bicos dos carros, que causou grande impacto visual com a adoção do degrau nos bicos pela maioria das equipes. Outras novidades, como a realização de um teste durante a temporada e as novas regras para os escapamentos aerodinâmicos, podem influenciar na ordem de forças das equipes.
Degrau nos bicos - A novidade que provocou o maior impacto, pelo menos visual, nos carros de Fórmula 1 foi a limitação da altura dos bicos em 55 cm. A nova medida forçou as escuderias a procurarem novas opções para o cumprimento da regra. Dez das doze equipes optaram por utilizar uma solução visualmente inusitada: um degrau no bico, que gerou estranhamento na maioria dos fãs da categoria. Com chassis mais altos que o das outras equipes, McLaren e Marussia foram as duas únicas escuderias que não adotaram o degrau.
- Nossa intenção era garantir que o bico fosse mais baixo que os lados do cockpit, para proteger a cabeça do piloto em caso de um acidente em "T". Algumas equipes reclamaram que baixar todo o carro os forçaria a uma reformulação radical do desenho. Então entramos em um acordo que a altura de 55 cm só se aplicaria a partir de um ponto 195 cm à frente da extremidade traseira do cockpit. Isso atingiu nossos objetivos sem requerer que os times precisassem reformular completamente seu pacote de suspensão. Por outro lado, os carros parecem patos agora... - explicou o diretor de prova da Fórmula 1, Charlie Whiting.
Escapamentos aerodinâmicos - Após a polêmica de 2011 em torno do uso do escapamento aerodinâmico, que encaminhava os gases gerados para o difusor de modo contínuo, gerando maior pressão aerodinâmica, a FIA elaborou cuidadosamente a parte do regulamento que aborda o tema. Esta sessão do texto está dez vezes maior que no ano passado, com detalhes que regulam o uso do da aceleração e torque do motor, posicionamento da saída do escapamento etc.
Asa-móvel na chuva - O diretor de prova terá a liberdade de proibir o uso da asa-móvel pelos pilotos em provas com chuva, caso considere a visibilidade muito reduzida. A medida foi adotada por motivos de segurança.
Jogo de pneus extra - A partir deste ano, as equipes poderão contar com um jogo de pneus de pista seca a mais no sábado, caso chova nas sessões de treinos livres da sexta-feira. A mudança tem como objetivo fazer com que os carros fiquem mais tempo na pista aos sábados.
Mudanças de traçado - Os limites de manobras dos pilotos para defender posições estão escritos de forma mais evidente no regulamento. Ao defender posição, o piloto não pode fazer ?mais que uma mudança de traçado?. Ao voltar para a direção do traçado original para fazer uma curva melhor, o piloto devem deixar um espaço de ?no mínimo a largura de um carro? entre ele e a pista, para que não seja considerada mais uma mudança de traçado.
- Não é extamente uma nova regra de ultrapassagem, nós colocamos no regulamento pois era uma regra não escrita. Quando o piloto volta ao traçado para fazer uma curva, isso pode ser considerado um segundo movimento, o que não é permitido. A questão era definir qual o grau de retomada da linha original é aceitável. Nós não queremos entrar em discussões tolas sobre centímentros, por isso decidimos que o piloto deve deixar, no mínimo, o espaço de um carro entre ele e o limite da pista, caso contrário ele será penalizado. Precisamos que os pilotos deem espaço uns aos outros na pista, para evitar colisões perigosas - disse Charlie Whiting.
Novas regras do Safety Car - O regulamento diz que, caso seja seguro, retardatários poderão tirar a volta levada do líder durante o safety car. Esta medida tem como objetivo colocar o grid em ordem, evitando que os primeiros colocados precisem ultrapassar retardatários logo após a relargada. Em 2011, em Cingapura, a presença de retardatários durante uma relargada permitiu que Sebastian Vettel colocasse uma vantagem de nove segundos sobre Jenson Button em apenas uma volta.
Tempo máximo de GP - A partir deste ano, nenhum GP pode durar mais de quatro horas. Após esste tempo, os pilotos receberão uma sinalização de que terão mais uma volta até a bandeira quadriculada. Em 2011, o GP do Canadá ficou interrompido por duas horas por causa da forte chuva e durou, no total, 4h04m.
Teste de carga adicional - Foi adicionado um teste de carga vertical para impactos laterais nos chassis. Com isso, o número de testes de impacto que um chassi precisa passar para receber a homologação da FIA subiu para 18.
Testes de colisão - Todos os testes de colisão devem ser realizados antes de uma equipe fazer qualquer teste na pista. Anteriormente, essa medida era obrigatória apenas para os GPs.
Testes durante a temporada - Está marcada uma sessão de testes no meio da temporada, no circuito de Mugello, na Itália, de 1º a 3 de maio. As equipes estavam insatisfeitas com a limitação dos testes durante o ano.
Toque de recolher - Profissionais de marketing e mídia estão isentos do toque de recolher estipulado pela FIA. O toque de recolher é válido entre 2h e 8h do horário local do GP. Cada equipe pode superar esse limite, no máximo, quatro vezes ao longo da temporada.