O treinamento no ginásio foi recheado de brincadeiras e risadas. Mas os jogadores do Flamengo também souberam falar sério. Impressionados com as imagens e notícias sobre a chuva que castiga o Rio desde a tarde de segunda-feira, eles prestaram solidariedade aos cariocas e lamentaram as quase cem mortes. O porta-voz foi o capitão Bruno.
- Fico triste pelo sofrimento do povo carioca. Sei que é um momento difícil. Penso no pai de família que trabalhava na rua e perdeu tudo. Só posso mandar força e orar pelas pessoas que perderam a vida ? disse.
O técnico Andrade lamentou a situação de calamidade pública e o ?feriado forçado? desta terça-feira. No entanto, ele queria que a partida contra o Universidad do Chile fosse mantida para a noite desta quarta-feira, no Maracanã, mesmo sabendo que Adriano não poderia jogar. Com dores lombares, o Imperador foi beneficiado pelo adiamento.
- O Rio está parado. Mas se adiar o jogo será ruim porque temos a semifinal (da Taça Rio) contra o Vasco no domingo ? afirmou o treinador, antes da decisão final do adiamento, confirmado à noite.
Os jogadores rubro-negros não tiveram maiores problemas com seus familiares. Apenas questões de amigos ou parentes presos no trânsito, como o caso de Leonardo Moura.
- Minha filha mais velha, Maria Eduarda, chegou de São Paulo, ontem (segunda-feira), por volta das 20h30m (horário de Brasília), mas só conseguiu chegar em casa às 3h da manhã. Mas graças a Deus está tudo bem com ela. E acho que está tudo bem com as famílias de todo mundo aqui. Ninguém comentou nada ? contou o lateral-direito.
Segundo ele, o grupo acompanhou todo o noticiário sobre a chuva que alagou o Rio de Janeiro pela TV e Internet. Foi assim que muitos tomaram conhecimento da precária situação do Maracanã.
- Nós ficamos preocupados com toda essa situação. Mas primeiro temos de pensar na vida e na situação das pessoas que estão em risco. Até porque cancelar jogo nesse momento não é problema diante das circunstâncias. A vida das pessoas está em primeiro lugar ? afirmou Leonardo Moura.