Efetivação de Rogério não sai do papel

Rogério Lourenço não consegue bons resultados, e departamento de futebol padece de falta de comando

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No dia 23 de abril, a presidente Patrícia Amorim interveio no futebol, demitiu o treinador Andrade e o vice de futebol Marcos Braz. Queria pôr ordem no que considerava bagunça no carro-chefe do clube. Quase um mês depois, sem o planejamento adequado, o Flamengo ainda não colheu benefícios com a medida, que até era considerada necessária por causa da efervescência dos bastidores do clube.

Para dirigir o time, a dirigente tentou Joel Santana. O treinador tem o perfil ideal para comandar um grupo complicado, recheado de jogadores experientes e vaidosos. Mas ele não quis. Preferiu permanecer no Botafogo. A solução foi improvisar e entregar nas mãos de Rogério Lourenço.

O treinador da seleção sub-20, mas que jamais dirigira um time profissional, tem resultados modestos. Em cinco jogos, conquistou uma vitória, empatou duas vezes e perdeu outras duas (veja o vídeo).

- Estou buscando a melhor formação para a equipe dentro do que tenho visto nos jogos. O período de treinamento é praticamente nenhum. Jogando quarta e domingo fica difícil de você treinar - disse o treinador, referindo-se ao jogo contra o time misto baiano, que terminou empatado por 1 a 1, no Barradão.

O aproveitamento é de somente 33% dos pontos. Bem inferior aos 70% de Andrade. O treinador afastado, de fato, sofreu um desgaste pós-título brasileiro. Afastou-se de parte da comissão técnica e tornou-se refém dos jogadores campeões. Nos quatro primeiros meses do ano, o Rubro-Negro sofria com a falta de padrão tático e de uma apatia preocupante.

Mas pouco mudou. Principalmente em relação ao esquema tático. Rogério estreou e colocou Rômulo para proteger os zagueiros e liberar Léo Moura e Juan para jogarem como meias. A estratégia deu certo, e a equipe eliminou o Corinthians, apesar da derrota no Pacaembu.

Entretanto, após 18 minutos de péssimo futebol e um gol sofrido contra o Universidade de Chile, o treinador jogou para o alto suas convicções e retornou à escalação de Andrade. Dois volantes (Toró e Willians) e dois meias (Kleberson e Michael). O time sofreu mais dois gols, perdeu por 3 a 2 e ficou distante da classificação para as semifinais.

O resultado também abalou outra convicção: a da diretoria de efetivá-lo no cargo. O contrato, que prevê aumento de mais de sete vezes no salário, está guardado na gaveta à espera da partida de quinta-feira, em Santiago. O Flamengo precisa vencer por dois gols de diferença para avançar ou por um, a partir de 4 a 3.

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