Quando Vitor Belfort começou a despontar no UFC, há 20 anos, o americano Kelvin Gastelum nem imaginava a profissão que escolheria. Afinal, tinha apenas 5 anos. Na madrugada de amanhã, os dois têm encontro marcado na luta principal do UFC Fortaleza. O Combate transmite o evento a partir das 21h (de Brasília), e a Rede Globo exibe o card principal desde 0h25m.
Prestes a completar 40 anos (no próximo dia 1º), Belfort minimiza suas derrotas nas últimas duas lutas (para o compatriota Ronaldo Jacaré e para o armênio Gegard Mousasi, ambas por nocaute):
— O passado é um cheque cancelado, já aconteceu, não muda. O futuro vai acontecer, é um cheque pré-datado, mas o hoje é o dinheiro que eu tenho, é o que importa — filosofa ele, em entrevista por telefone.
Belfort reconhece que falhou nas duas últimas vezes em que subiu ao octógono:
— Venho de lutas contra os mais duros adversários da categoria. Eu tive erros e eles, acertos, a gente não pode tirar os méritos deles. Vejo como um aprendizado, uma chance de reescrever minha história.
O ex-campeão do meio-pesado e do peso-pesado, que soma 25 vitórias e 13 derrotas na carreira, não demonstra preocupação com o estilo ofensivo do rival, que venceu 13 das 15 lutas que fez no MMA:
— Quero dominar o combate, ser agressivo em qualquer área. Estou focado no meu ponto forte, e não no dele.
Faixa preta de jiu-jítsu e judô, Belfort promete mostrar novidades na luta:
— Aprendi bastante, aprimorei muita coisa nova, técnicas, voltei às minhas raízes.
Rogério Minotauro, ex-campeão do UFC, vê Belfort melhor que Gastelum:
— O Vitor vai ter uma luta muito boa, o americano é um garoto que vem com tudo, fisicamente ele tem um ritmo diferenciado. Mas o Vitor tem uma mão mais perigosa, boxeia mais, é um nocauteador, o garoto não é. O Vitor tem a parte técnica melhor que a dele.
Gastelum, que treina com brasileiros e fala várias palavras em português, conquistou o público nesta semana ao cantar parte de uma das músicas de Wesley Safadão. Confiante, o americano prometeu nocautear o ex-campeão.