Índio quis o apito. Índio usou mal o apito, e o clássico entre Flamengo e Vasco, ao fim das contas, ficou marcado pelo equívoco de arbitragem. No Mané Garrincha, um 2 a 2 amargo para os rubro-negros, que venciam até os minutos finais, mas viram Luiz Antonio Silva Santos assinalar um pênalti inexistente, convertido por Nenê, selando a igualdade. E olha que antes o Mengão tinha virado o placar após a expulsão de Luis Fabiano.
O placar ficou distorcido, mas menos mal para o Fla que a vida está praticamente resolvida na Taça Rio. O placar deixou o Rubro-Negro com 10 pontos, ainda na liderança do Grupo B. Já o Cruz-Maltino chegou a seis pontos no Grupo C. Na próxima rodada, o Flamengo enfrenta o Volta Redonda, no Raulino de Oliveira. O Vasco, por sua vez, recebe o Boavista, em São Januário.
O Flamengo foi o mais afetado pelos desfalques da data Fifa, sem Guerrero, Trauco e Diego. Somando-se ao fato de ter a tranquilidade de estar garantido nas semifinais, e com vantagem do empate, o Rubro-Negro cometeu muitos erros no primeiro tempo, tanto na parte defensiva quanto na articulação de ataque. Mancuello, por exemplo, não se encontrou na função de 10 e tomou decisões erradas.
Mas os equívocos do Flamengo não são dignos de apagar os méritos vascaínos. O Gigante da Colina entrou mais ligado, mais elétrico. Não por acaso que o placar foi aberto por Yago Pikachu. Mais uma vez atuando como ponta, em uma carta que Milton Mendes tirou da manga, ele entrou como um raio entre Rafael Vaz e Renê para abrir o placar. Tudo isso após uma falha de Rever, que, pressionado por Luis Fabiano, cedeu a posse de bola ao rival.
O Vasco teve as rédeas do jogo até a segunda interrupção do primeiro tempo. Isso mesmo. Após a parada técnica, teve a "parada elétrica": um apagão de nove minutos no Mané Garrincha, que serviu - além para a festa de luzes da torcida - para que o Flamengo respirasse e corrigisse alguns erros, passando a pressionar o Vasco. O lance mais claro de gol foi no último minuto do primeiro tempo, que culminou com uma furada de Leandro Damião.
O nível de eletricidade do jogo subiu de vez no segundo tempo. Saiu faísca no embate entre Luis Fabiano e o árbitro Luiz Antonio Silva Santos, o Índio. O Fabuloso ficou insatisfeito ao levar amarelo por uma falta em Márcio Araújo, foi "pagar geral" cara a cara com o dono do apito e encostou na barriga do Índio. O árbitro fez o movimento como tivesse sido desequilibrado e logo sacou o cartão vermelho do bolso. Fabuloso rumo ao chuveiro, sem antes acusar o árbitro de um monte de coisa e aplaudir ironicamente.
A desvantagem numérica vascaína e o desequilíbrio emocional pela expulsão foi o que o Flamengo precisou para virar o jogo. Primeiro, Willian Arão fez de cabeça, aproveitando cobrança de escanteio. Depois, Berrío marcou o segundo com um chute - até defensável - de fora da área.
Com a vantagem no placar, o Flamengo soube fazer a poeira baixar por alguns minutos, mas o Vasco foi para cima. O Cruz-Maltino chegou a acertar uma bola no travessão, com Douglas, deixando Muralha inerte. E aí veio o lance capital: Nenê cruzou e a bola bateu na barriga do lateral Renê. A arbitragem assinalou penalidade máxima, convertida, após muita reclamação, pelo próprio camisa 10. Empate com selo de um equívoco do apito.
FLAMENGO 2 X 2 VASCO
Local: Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF)
Data/Hora: 26/3/2017, às 18h30
Árbitro: Luiz Antonio Silva Santos
Assistentes: Daniel do Espírito Santo e Diego Luiz Barcelos
Cartões amarelos: Everton, Willian Arão (FLA); Jean, Jordi, Luis Fabiano, Jomar, Douglas (VAS)
Cartão vermelho: Luis Fabiano (VAS)
Público/Renda: 28.071 pagantes / R$ 1.279.720
Gols: Yago Pikachu, 15'/1ºT (0-1); Willian Arão, 14'/2ºT (1-1); Berrío, 19'/2ºT (2-1); Nenê, 49'/2ºT (2-2)
FLAMENGO: Alex Muralha; Pará, Réver (Léo Duarte, 24'/2ºT), Rafael Vaz e Renê; Márcio Araujo, Willian Arão e Mancuello (Lucas Paquetá, 32'/2ºT); Berrío (Marcelo Cirino, 40'/2ºT), Everton e Leandro Damião. Técnico: Zé Ricardo
VASCO: Jordi, Gilberto, Jomar, Rafael Marques e Henrique; Jean, Douglas, Andrezinho (Escudero, 25'/2ºT), Yago Pikachu (Manga Escobar, 17'/2ºT) e Nenê; Luís Fabiano. Técnico: Milton Mendes.