A decisão de trocar o Inter de Milão, onde atuou por sete anos e conquistou inúmeros títulos, pelo inglês Queens Park Rangers foi, nos planos de Julio Cesar, um passo em direção ao objetivo de voltar a vestir a camisa 1 do Brasil. Titular na Copa do Mundo de 2010, após ter sido reserva no Mundial de 2006, o goleiro, de 32 anos, amarga um jejum da seleção brasileira desde a Copa América de 2011, quando foi convocado pela última vez. Em entrevista ao "SporTV News", ele afirmou apostar na exposição da primeira divisão da disputada Premier League para reconquistar o seu espaço com a amarelinha.
- Quando essa situação surge, passam milhões de coisas na cabeça, porque eu tenho um projeto de voltar à seleção brasileira. Apesar do time não ter uma expressão muito grande, acho que o Campeonato Inglês é visto no mundo inteiro, acho que vou ter muito mais trabalho do que na Inter de Milão - disse o goleiro.
Julio Cesar apontou os problemas contratuais com o time italiano como motivos que também contribuíram para o acerto por quatro temporadas com o QPR, firmado na última terça-feira. O time retornou à elite inglesa há apenas duas temporadas.
- Até eu fiquei um pouco surpreso, mas estou muito feliz com a oportunidade que o Queens Park Rangers está me dando, de vir morar em Londres, aprender inglês, jogar na Premier League. Tudo nasceu nas férias, quando a Inter me propôs uma redução de salário. Nenhum jogador no meu lugar faria essa redução, não sou hipócrita, falo abertamente sobre isso. Então, começou uma situação meio chata entre as duas partes. Estava em casa, falei com o meu procurador, o Josias Cardoso, e achei que foi boa escolha - disse.
Revelado pelo Flamengo, Julio Cesar passou a ser cotado como um dos melhores goleiros do mundo através do Inter de Milão, onde chegou em 2005. No time nerazzurri, foi campeão por 14 vezes, com destaque para o Mundial de Clubes de 2010, a Liga dos Campeões do mesmo ano e cinco títulos italianos. Em seu adeus à Itália, o arqueiro espera, ao menos, poder se despedir dos torcedores na próxima partida de sua ex-equipe, contra o Roma, no domingo, pelo Campeonato Italiano.
- Vou assinar a rescisão com a Inter, agradecer o presidente (Massimo Moratti), por esses sete anos que vivemos juntos, todos maravilhosos. Vou pedir a ele para que no jogo entre Inter e Roma, no San Siro, antes da partida, eu possa entrar em campo pelo menos para dar um abraço coletivo em todos os torcedores. Acho que seria bacana da minha parte, acho que eles gostariam. Até porque eu cheguei, não tive contato, não fui para a pré-temporada, foi uma coisa muito estranha que aconteceu nesse período. Acho que o presidente não vai negar isso.