Espanha muda com presença de Diego Costa, mas volta ao velho estilo para conseguir vencer Itália

Presença do atacante brasileiro faz campeões apelarem à bola aérea, mas entrada de David Silva e gol de Pedro garantem vitória contra Azzurra desfalca

Diego Costa tenta cabecear após um dos cruzamentos da Espanha | EFE
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Diego Costa mudou a Espanha. Não se pode dizer que foi para melhor. O atacante brasileiro, que preferiu defender o país onde é ídolo graças aos gols pelo Atlético de Madrid, fez com que a equipe tivesse um centroavante, bolas aéreas, cruzamentos... Ou seja, ficasse mais "comum".

Para derrotarem a Itália, os campeões do mundo tiveram de voltar ao velho estilo: bola no chão, passes rápidos e movimentação. A merecida vitória de 1 a 0 mostra que a Espanha está em forma e jamais pode ser descartada da lista de maiores favoritas ao título da Copa do Brasil.

Desfalcada de alguns de seus principais jogadores, como Balotelli e De Rossi, a Azzurra assumiu postura defensiva, o que era previsível. Apostou nos contra-ataques, mas o brilhantismo passou longe de Candreva, Osvaldo, Montolivo e cia. Destaque para Cerci, que acertou a trave.

O triunfo ocorreu no estádio Vicente Calderón, casa de Diego Costa, principal novidade do time. Mas sua movimentação não se encaixou na maneira que o outro Vicente, o Del Bosque, técnico campeão mundial, escala a seleção. Foi David Silva, meia do Manchester City que entrou no intervalo, quem mudou totalmente a partida. Deu objetividade e velocidade à criação.

COM CARA DE DIEGO COSTA

Em menos de dez minutos, três intervenções de Buffon e uma bola na trave de Casillas. Espanha e Itália honraram o posto de candidatas ao título mundial no início do amistoso. Com 80 segundos, Iniesta encontrou Alba na área, jogada que se repete pelo lado esquerdo do Barcelona, mas o goleiro da Azzurra saiu bem.

Iniesta foi o dono do primeiro tempo. Tudo passava por ele. Mobilidade e uma forma incrível de simplificar a partida. A famosa posse de bola da Espanha reapareceu. Mas os lances mais perigosos foram italianos. Cerci, em "meio cruzamento, meio chute", acertou a trave. Osvaldo recebeu passe de letra de Marchisio, fintou Martínez e chutou. A bola passou perto do gol.

Prandelli trancou a grande área. Com habilidade para fazer a bola rodar, a Espanha girou, tentou abrir espaço, mas a paciência terminava nos pés de Jordi Alba, que insistia nos cruzamentos. O time procurou muito Diego Costa, mas não encontrou.

À espera de um contra-ataque, sobretudo com Cerci nas costas de Alba, a Itália conseguiu equilibrar mais a partida na reta final. Em ritmo menor, o primeiro tempo terminou.

COM CARA DE ESPANHA

As substituições de Del Bosque e Prandelli foram quase um tapa na cara de técnicos que reclamam de elencos. Xabi Alonso, David Silva e Pirlo entraram, além de Valdés e Abate. Fracos os bancos de reservas? Os estilos de jogo não mudaram, mas os substitutos esbanjaram categoria. Primeiro, David Silva deixou Thiago na cara do gol. Buffon saiu bem de novo. Depois foi a vez do veterano Pirlo lançar Osvaldo, que errou o domínio e foi desarmado.

Silva, meia do Manchester City, traduziu à perfeição o que se espera de um jogador reserva nesses amistosos às vésperas da Copa do Mundo. Roubou a partida para si. Além desse ótimo passe, finalizou três vezes (errou todas, verdade) e deu muito mais objetividade no setor de criação. A Azzurra se encolheu.

Era óbvio que o gol da Espanha teria participação do meia reserva. Ele rolou para Iniesta e, na tentativa de devolução de calcanhar, Paletta cortou. No rebote, Pedro bateu e contou com falha do eterno Buffon: 1 a 0 para a Espanha. Merecido.

A Itália não reagiu. Tentou adiantar suas linhas, mas a desvantagem escancarou ainda mais a diferença de qualidade entre os jogadores das duas seleções. Com a adversária aberta, Diego Costa encontrou espaço para receber uma bola em profundidade. O chute foi para fora.

ROJA É CANDIDATA. JÁ A AZZURRA...

A Espanha tem um leque impressionante de opções. Nesta quarta, começou com craques como Xabi Alonso e Xavi no banco. David Silva entrou e mudou o jogo. O confiável Piqué também não foi escalado, e os experientes atacantes David Villa e Fernando Torres nem sequer convocados.

É árdua a tarefa de Diego Costa para se manter no grupo, assim como de Thiago, italiano, filho de brasileiros, que joga na Alemanha e defendeu a seleção espanhola, candidatíssima ao bi mesmo num grupo forte com Holanda, Chile e Austrália.

Pobre Prandelli, longe de ter essa fartura. Sem Balotelli, montou um ataque inofensivo. O peso quase incomparável da camisa azul e o esquema bem compacto, além do retorno de jogadores importantes, podem até fazer a Itália sonhar com voos mais altos na Copa do Mundo. Mas a chave com Uruguai, Inglaterra e Costa Rica já será um grande desafio aos tetracampeões.

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