O Estádio Antônio Otoni Filho, mais conhecido como Cave, foi escolhido para ser um dos centros de treinamentos da Copa do Mundo, em 2014, e também para receber equipes de futebol masculinas nas Olimpíadas. Uma decepcionante semelhança, porém, contempla as duas maiores competições esportivas: o local não ficou pronto em ambas as oportunidades e ficou de fora dos eventos mesmo com um investimento de R$ 7,24 milhões disponíveis para obras.
A tentativa de resgatar o estádio após o fracasso na Copa do Mundo foi da secretaria de Esporte, que conseguiu resgatar os R$ 6 milhões disponíveis para reformas no Cave que não foram utilizados em 2014. A promessa era de revitalizar o local agora para as Olimpíadas com um reforço de aproximadamente R$ 1,24 milhão para as obras.
O excesso de burocracia e decisões judiciais atrasaram o cronograma. Isso porque o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) julgou desnecessários os gastos de R$ 7,24 milhões que foram investidos na revitalização do local, R$ 6 milhões do governo federal e R$ 1,24 milhão do governo do Distrito Federal.
Após superar todos esses obstáculos e conseguir finalizar a licitação para as obras, a empresa responsável revelou que não conseguiria entregar a obra completa a tempo das Olimpíadas, o projeto previa até mesmo vestiários climatizados. Houve um acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI) de que ao menos a arquibancada, o gramado e containers (que substituiriam os vestiários) seriam entregues antes dos Jogos.
E foi nesse ponto que surgiu um novo problema. O gramado não estava dentro dos padrões necessários para receber os times. A secretaria de Esporte importou uma grama de qualidade, mas o plantio só foi finalizado em junho. Assim, não houve tempo hábil para que a erva crescesse o tempo necessário. O centro de treinamento do Brasiliense era o plano b e teve que ser inserido nos Jogos.
A secretária de Turismo, Esporte e Lazer do Distrito Federal, Leila Barros, lamenta que o Cave novamente tenha ficado de fora de um evento do porte das Olimpíadas. A ex-jogadora da seleção brasileira feminina de vôlei, porém, está otimista na sequência das obras para que o estádio fique de legado para a população.
“Existem vários projetos para o estádio. Brasília carece muito de estádios revitalizados. Vamos ter um espaço que possa receber partidas do Candango e até do Brasileiro de séries inferiores, onde estão os times daqui atualmente. Além disso poderá receber jogos de futebol americano, rugby e atletismo, já que há uma pista no local. Até novembro vai estar entregue à população. Vai ser incrível”, disse.