O arremessador e rebatedor japonês Shohei Ohtani, renomada estrela do beisebol, assinou, nesta semana, o contrato mais vultoso da história do esporte americano. Um acordo de dez anos foi estabelecido com o Los Angeles Dodgers, avaliado em impressionantes US$ 700 milhões (aproximadamente R$ 3,44 bilhões).
Contudo, notável é o fato de que Ohtani não receberá sequer 3% desse montante ao longo da próxima década. Isso se deve a uma estratégia de adiamento de pagamento, uma artimanha que beneficia os Dodgers no competitivo mercado esportivo.
Durante o período vigente do contrato, que se estende de 2024 a 2033, Ohtani perceberá "apenas" US$ 2 milhões (R$ 9,8 milhões) anuais, totalizando US$ 20 milhões (R$ 98 milhões) ao término do período. Somente após o encerramento desse período, é que ele começará a receber os restantes US$ 680 milhões (cerca de R$ 3,34 bilhões), distribuídos em dez "parcelas" anuais de US$ 68 milhões (R$ 334 milhões), de 2034 a 2043.
Na prática, o jogador começará a usufruir plenamente dessa quantia apenas no ano em que atingir a marca dos 40 anos, com os pagamentos finalizando quando completar 50 anos. Ao ser apresentado pelos Dodgers nesta quinta-feira, Ohtani confirmou os termos do acordo. Essa manobra, comum no cenário esportivo, visa manter a flexibilidade salarial e a estabilidade financeira da equipe, além de contribuir para a redução da taxa de balanço competitivo da MLB, a liga americana de beisebol.
"Avaliamos a situação e concluí que posso adiar o recebimento da maior parte do dinheiro se isso ajudar na flexibilidade financeira e permitir que os Dodgers contratem jogadores de maior calibre, formando uma equipe mais forte. Acredito que vale a pena e concordei com essa escolha", afirmou Ohtani ao ser questionado sobre o assunto.
Nas redes sociais, torcedores e a imprensa americana relembraram o caso de Bobby Bonilla, uma figura histórica na MLB. O ex-jogador recebe anualmente parcelas de um contrato com o New York Mets, oriundo de sua época de atuação. Quando foi dispensado em 1999, a franquia devia US$ 5,9 milhões, e um acordo foi firmado para dividir os pagamentos em parcelas de 2011 até 2035, com ajustes anuais. Celebrado ironicamente no "Dia de Bobby Bonilla" todo dia 1º de julho — data do pagamento —, o ex-jogador de 60 anos está programado para receber aproximadamente US$ 29 milhões (R$ 142 milhões) até o término do acordo.