A NBA é um gigantesco produto de exportação. A NFL termina a sua temporada com o Super Bowl, a decisão que vira um evento acompanhado por milhões de telespectadores. A MLB e a NHL têm fãs tão fanáticos como os mais apaixonados torcedores dos principais clubes do Brasil.
Nos Estados Unidos, o basquete, o futebol americano, o beisebol e o hóquei no gelo são o ópio do povo, mas para um país que até poucos anos atrás não ligava muito para o futebol ? para eles, o "soccer" ?, o que a torcida americana tem feito nesta Copa do Mundo é marcante para os próprios padrões. Com o lema ?Uma nação, um time?, a seleção nacional conseguiu abraçar torcedores em torno do Mundial e mostrou força nas telas e nas arquibancadas com a vitória por 2 a 1 sobre Gana, na última segunda-feira, em Natal.
Alguns números comprovam o crescimento do esporte nos Estados Unidos. No Brasil, o país só perde em quantidade de torcedores para os donos da casa. De acordo com dados da Fifa, os EUA compraram 198.208 ingressos para a Copa ? a Argentina, terceiro país mais assíduo, comprou 61.477 entradas até o fim da primeira rodada da fase inicial. Claro, nem todos os ingressos desses quase 200 mil são para os americanos ? estrangeiros que moram no país também entram na conta. Por isso, um número ainda mais preciso é o do Consulado Geral dos EUA em São Paulo. De acordo com a entidade, 90 mil desembarcaram no Brasil nas últimas semanas, motivados pela Copa.
No primeiro jogo, os americanos sentiram de perto o calor da torcida. Com os gritos de "I believe that we will win" ("Eu acredito que nós vamos vencer"), a Arena das Dunas, virou casa dos EUA. O gol de John Brooks, que deu a vitória sobre Gana, fez o estádio ferver como se fosse um jogo decisivo da NBA ou da NFL.
? Foi incrível a torcida que tivemos em Natal. Não só dos americanos, mas também de brasileiros que gostaram do nosso jeito de jogar, da nossa entrega em campo. Tenho certeza de que seremos maioria em todos os jogos, apenas não contra o Brasil ? brincou o meia Graham Zusi.