Um tribunal de Istambul decretou nesta segunda-feira a prisão preventiva de Ömer Çatkiç, ex-goleiro da seleção da Turquia, acusado de vínculos com o clérigo Fethullah Gülen, a quem o Governo turco responsabiliza pela fracassada tentativa de golpe de Estado ocorrida em julho de 2016.
Çatkiç, de 42 anos, foi detido na terça-feira passada e uma vez terminados os interrogatórios foi colocado em prisão preventiva sob a acusação de ser "membro da Organização Terrorista Fethullah Gülen (FETÖ)", informou o jornal Hürriyet.
A publicação aponta que a promotoria começou a investigar Çatkiç depois que outro detido, que se tornou colaborador da Justiça, entregasse o seu nome.
Segundo a acusação, o ex-jogador tinha instalado em seu smartphone desde 2014 o aplicativo de mensagens instantâneas Bylock, uma ferramenta supostamente desenvolvida especialmente para as comunicações criptografadas da confraria de Gülen.
Embora a própria promotoria de Istambul calcule que 215 mil pessoas em toda a Turquia usem este aplicativo, a sua presença em um smartphone é frequentemente o indício fundamental para acusar alguém de vínculos com golpistas.
O Hürriyet ainda informa que Çatkiç doou um milhão de euros em 1999 à confraria com um depósito no Bank Asya, a maior referência do império empresarial em mãos de seguidores de Gülen, que recebeu a intervenção do Estado em fevereiro de 2015 e depois foi fechado.
A confraria de Gülen, até 2013 firme aliada do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, protagoniza há quatro anos uma luta de poder com o governo, que lançou amplas punições para pôr fim à presença de gülenistas em todos os setores públicos.
Ömer Çatkiç foi goleiro da seleção turca entre 2000 e 2005 e encerrou a carreira futebolística em 2012, quando jogava pelo Antalyaspor.