Em entrevista coletiva, a presidente Patrícia Amorim usou os termos bagunça e clima insuportável para justificar a troca de treinador e da chefia do departamento de futebol do Flamengo. Mas, diante do grupo, o discurso foi bem mais brando.
Reunida com os jogadores no campo do Ninho do Urubu na última sexta-feira, a dirigente afirmou que tomou a posição unicamente por motivação política. Segundo a alegação dela, os aliados que a ajudaram a chegar à presidência cobravam mais participação no departamento de futebol e criticavam constantemente a gestão de Marcos Braz, dirigente ligado à diretoria que perdeu a eleição de dezembro.
A explicação foi a principal causa da revolta no grupo. As cenas que se seguiram já são conhecidas. Vagner Love classificou como ?brincadeira? a troca. Ao entrarem no vestiário, os atletas não se importaram com a coletiva que acontecia ao lado e promoveram uma batucada para implicar com o roupeiro Babão. Todos deixaram o clube de cara fechada. Um dos mais apegados a Marcos Braz, o capitão Bruno resumiu:
- Não quero falar agora. Deixa esse momento ruim passar. Agora é ganhar, xará. Só assim as coisas melhoram.
O Flamengo espera anunciar Joel Santana neste sábado. Caso o técnico prefira continuar no Botafogo, o clube trabalha com outra frente, mas o acerto deve ficar apenas para domingo. A diretoria não tem muito tempo, pois enfrenta o Corinthians na próxima quarta-feira, pelas oitavas de final da Taça Libertadores. A partida será no Maracanã, às 21h50m (de Brasília).