Fabiana Murer chora e desabafa: “Quem conhece sabe o que passei”

Brasileira, que teve que lidar com hérnia pouco antes da Rio 2016

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Uma das principais esperanças do atletismo do Brasil, Fabiana Murer mais uma vez não conseguiu alcançar o resultado esperado em uma Olimpíada. Após as frustrações de Pequim 2008 e Londres 2012, a paulista de Campinas voltou a deixar a competição decepcionada na Rio 2016: não conseguiu acertar nenhuma tentativa e caiu ainda na eliminatória do salto com vara. Ao sair da pista, a atleta de 35 anos, que teve que lidar com uma hérnia na reta final de preparação para os Jogos, reafirmou a decisão de encerrar a carreira ao fim deste ano e não conseguiu conter as lágrimas.

- Acho que quem acompanha minha carreira sabe tudo que passei, tudo que conquistei. Como foi difícil. Tinha muita gente aqui torcendo por mim. Muita gente me ajudando, dando dicas, depois que falei que estava com uma lesão. Então sei que vou ser lembrada pelos bons resultados que tive - disse Fabiana, emocionada.

A brasileira optou por abrir a competição nesta terça-feira com o sarrafo a 4,55m. Errou as três tentativas. Há duas semanas, Murer havia anunciado que uma hérnia cervical foi detectada durante a reta final de sua preparação olímpica. Dias antes, havia desistido de saltar na Diamond League de Londres com dores na região. Garantiu, no entanto, que seria capaz de competir no Rio. 

A amarga derrota em casa se juntou às outras duas frustrações anteriores nos Jogos. Em Pequim 2008, Murer ainda perseguia as adversárias, muito superiores, quando uma de suas varas sumiu por culpa da organização. Em Londres 2012 Fabiana já era campeã mundial indoor e outdoor, mas sofreu com o vento. Desta vez, ela havia alcançado há pouco a melhor marca da carreira.

- As três (Olimpíadas) foram muito difíceis. As três eu entrei para fazer meu melhor, buscar uma medalha. Infelizmente, nenhuma delas deu certo. Mas consegui muitas coisas na minha carreira... Eu já tinha falado faz tempo. Desde o ano passado, dois anos atrás, que 2016 era meu último ano mesmo. Já estou com 35 anos, então acho que é um bom momento de parar. Sempre quis parar no topo, fazendo bons resultados. Foi uma carreira muito longa - completou Fabiana.

Uma das precursoras do salto com vara no Brasil, Murer alcançou resultados expressivos para o país ao longo dos mais de 18 anos de carreira. Foi campeã mundial indoor (2010) e outdoor (2011), além de outras duas medalhas nestas competições. Levou também um título pan-americano (2007) e três sul-americanos. Feitos que ajudaram no crescimento da modalidade, que alcançou o seu melhor resultado da história justamente na noite desta segunda-feira, com o ouro olímpico inédito de Thiago Braz.

- Consegui várias medalhas em mundiais, vários recordes. Fazer o salto com vara crescer. Mostrar para o mundo que existe salto com vara no Brasil. Consegui criar uma boa condição dentro do Brasil de ter varas, ter colchão. Uma boa técnica, uma boa condição de treino. Com isso, outros atletas vieram. Espero que venham outros atrás - concluiu Fabiana.

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