Fabiana Murer diminui ritmo dos treinos e crê em medalha olímpica em 2016

“As atividades estão pensadas para minha idade”, falou ela.

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Após passar por constantes problemas nas Olimpíadas, a campeã olímpica Fabiana Murer vem diminuindo o ritmo dos treinos para tentar conseguir a inédita medalha olímpica em 2016.

- Acho que estou muito mais madura do que em 2010. As atividades estão pensadas para minha idade. O corpo sente isso. Esse ano (2014), eu treinei menos do que em outros anos, mas de forma mais eficiente. Não vou ganhar mais força ou mais velocidade, então preciso ganhar na parte técnica. Estou treinando um pouco menos e quando acho que vou passar do limite eu paro - disse a atleta de 33 anos, em entrevista realizada nesta quarta-feira em São Caetano, quando posou para fotógrafos com o troféu da Diamond League.

Fabiana encerra a temporada com as três melhores marcas do mundo, quatro medalhas de ouro em etapas da Diamond League e o título do circuito. Com treinos menos pesados, Fabiana está mais confiante. O ano de 2014 serviu para mostrar que ela pode seguir entre as melhores do mundo:

- Esse ano foi importante para eu ver que posso saltar bem, que posso saltar alto. Desde 2011 eu não conseguia fazer a marca de 4,80m. Isso me dá mais confiança para saber que eu posso ir cada vez mais alto. Eu quase passei 4,90m na prova de Nova York. Estou bem - disse a atleta, que conseguiu a marca de 4,80m na etapa dos Estados Unidos do circuito.

Segundo Fabiana, além da parte física, a cabeça está bem diferente com relação aos últimos anos:

- Psicologicamente eu estou muito melhor, bem mais tranquila. Estou mais experiente e mais bem preparada - disse a atleta.

Nas Olimpíadas de Pequim 2008, a organização dos Jogos perdeu as varas da brasileira, que não conseguiu saltar da forma que queria na decisão. Quatro anos depois, a atleta não conseguiu passar o sarrafo nas eliminatórias e alegou ter desistido da última chance por que o vento estava muito forte. O atletismo brasileiro está apostando no sucesso de Fabiana para 2016. A campeã mundial de 2011 acredita que a pressão irá ajudá-la na busca pela medalha:

- O atleta sempre tem pressão na vida. Pressão da família, clube e patrocinadores. Se o atleta não gostar de tudo isso, não pode ser um atleta. O atleta tem que gostar da pressão, e eu gosto - afirmou Fabiana.

O ano de 2015 está recheado de competições em todas as partes do mundo. Na América do Sul, o Troféu Brasil em maio e o Campeonato Sul-Americano em junho, no Paraguai. Na Europa, serão seis etapas da Diamond League. Os Jogos Pan-Americanos serão realizados em julho no Canadá, e o Mundial acontece na China, em agosto. O calendário da brasileira ainda não está definido:

- Ano que vem será complicado. São muitas viagens, tem que ser um ano muito bem pensado. Ainda precisamos decidir o que vamos fazer. As viagens são muito cansativas, tem fuso horário. Meu objetivo é melhorar minha marca, que atualmente é de 4,85m - disse Fabiana.

O Mundial será realizado em Pequim, no estádio Ninho de Pássaro, mesmo local das Olimpíadas de 2008. Na ocasião, ela disse que jamais voltaria a competir lá. Agora, claro, ela mudou de ideia:

- Eu falei que nunca mais ia saltar lá, mas eu estava nervosa (risos) - assumiu a atleta.

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