Falcão marca e se emociona no seu adeus à Seleção Brasileira

Aos 39 anos, camisa 12 encerra ciclo de quase duas décadas com gol

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Falcão entrou em quadra para aquecer e olhou para a torcida. Deu alguns discretos acenos para a arquibancada, fez o seu trabalho de bola e foi para o jogo com uma sensação diferente. Depois de quase 20 anos servindo à seleção, esta seria a última vez que a cena se repetiria em partidas oficiais - um jogo festivo de despedida deve acontecer no segundo semestre em São Paulo. Confirmando o status de mito, o craque de 39 anos teve uma saideira de gala. Gol logo no primeiro toque na bola, assistência e uma bela atuação na vitória por 3 a 2 sobre a Colômbia, na Arena da Barra, no Rio de Janeiro. Já sem Falcão, a seleção deve voltar a jogar em abril, pela Copa América, na Argentina, em data ainda a definir.

- Foi um casamento perfeito. Um foi importante para o outro. Sei da minha importância, mas não é só minha. Tem Manoel Tobias, Fininho, Choco, Douglas, toda uma geração. A grande diferença é trazer a alegria de jogar uma pelada para o lado profissional. Me adptar taticamente, tecnicamente. Hoje tentei segurar um pouquinho a emoção. Espero que a história tenha sido feita da melhor maneira possível. A entrega existiu. Tentei fazer da melhor maneira possível. Acertei e errei, como qualquer ser humano. Ganhei e perdi como qualquer atleta. Espero ter deixado um legado importante. Vinicius Junior, do Flamengo, deu uma declaração que eu sou uma referência para ele, assimo como Neymar, Robinho. Toda essa geração sempre lembra do meu futsal. Fico feliz por ter alegrado gerações, de ter colocado as pessoas para ver o futsal. Uma coisa é certa, tenho certeza que em todos os 242 jogos, me entreguei dentro de quadra - disse Falcão, emocionado, antes de a entrevista ser interrompida pelos abraços dos jogadores da seleção no craque.

O Brasil começou a partida com um quarteto jovem em quadra e com Falcão no banco como de praxe. Jogadores do Sorocaba, Marcel, Leandro Lino e Rocha faziam companhia ao fixo Daniel, da Assoeva. Aos dois minutos, Rocha quase marcou após rebote do goleiro César Mejía. Um minuto depois, Lino chutou forte, e Mejía mandou para escanteio. Como num passe de mágica, PC Oliveira lançou Falcão em quadra e logo no primeiro toque na bola, o camisa 12 emendou de primeira e estufou a rede marcando o seu 385º gol com a camisa da seleção brasileira.

Aos oito, Deives teva a chance de marcar o segundo. No entanto, a finalização do melhor jogador da LNF 2016 foi para fora. Dois minutos depois, foi a vez de o dono da festa também tentar ampliar o placar. Em arrancada pela esquerda, Falcão tentou acertar o canto esquerdo, e a bola triscou a trave. Mesmo com as várias experiências na equipe promovidas pelo técnico PC Oliveira, o Brasil seguiu dominando. Aos 13, Felipe Valério recebeu de Alex e invadiu a área. Mejía saiu bem e fez a defesa.

O segundo gol estava maduro e ele saiu aos 14, com Lucas, jovem jogador do Atlântico Erechim. A Colômbia não se entregou e foi buscar a reação. Aos 16, o baixinho Camilo Reyes chutou da ala esquerda e diminuiu para 2 a 1. A três minutos do intervalo, Falcão cobrou falta no canto, e Mejía foi buscar. A recompensa veio a 27 segundos do zerar o cronômetro. Em mais uma cobrança de falta, Falcão ameaçou bater forte, mas serviu Leandro Lino livre na área. O camisa 17 ainda teve tempo de dominar antes de fazer 3 a 1, placar da etapa.

A Colômbia voltou para o segundo tempo a todo vapor. Com menos de um minuto jogado, o árbitro marcou um toque de mão de Nenê na área e assinalou o pênalti. O craque Angellot cobrou com categoria, deslocando Tiago. Os colombianos continuaram partindo para cima, mas o Brasil não se intimidou. Assim como no primeiro tempo, Falcão entrou em quadra por volta do quinto minuto. Aos oito, o camisa 12 arrancou com a bola, e Yulián Diaz parou o mito com um carrinho. Um minuto depois, Falcão quase marcou em um toque de calcanhar, levando a torcida ao delírio

Disposta a estragar a festa, a Colômbia partiu para cima com tudo no fim. A seis minutos do encerramento, Camilo Reyes carimbou a trave de Guitta, que entrou no lugar de Tiago. Pouco depois, Abril colocou o goleiro corintiano para trabalhar em finalização da entrada da área. O Brasil sentiu e se encolheu. PC Oliveira voltou com Falcão a três minutos do término. Segundos depois de entrar em quadra, o camisa 12 cobrou mais uma falta com perigo. Aos 18, a torcida brasileira levou um grande susto. Em conclusão da entrada da área, Jorge Cuervo acertou a rede pelo lado de fora. Sentindo o momento difícil, Falcão puxou a responsabilidade para si. Gastando um bom tempo no ataque, o craque usou e abusou dos dribles curtos, ajudando o Brasil a sair com a vitória. Era o fim de uma história de sucesso e glórias. Falcão em ação agora só pela sua equipe, o Sorocaba.

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