O gol da Bolívia no empate por 1 a 1 com a Argentina, na abertura da Copa América 2011, fez com que o astro da seleção anfitriã, o atacante Lionel Messi criasse um novo conceito: depois do gol a favor e do gol contra, existe agora o "gol de m...".
O termo foi utilizado por Messi para comentar o primeiro gol do jogo, marcado aos dois minutos do segundo tempo, quando o brasileiro naturalizado boliviano Edivaldo Rojas escorou de calcanhar e o volante Ever Banega tentou dominar a bola, mas a deixou passar e a viu ultrapassar a última linha.
Quase ninguém duvidou em atribuir o gol ao camisa 7 da Bolívia, o primeiro como jogador da seleção do país, mas a colaboração de Banega foi fundamental e reabre o debate sobre a atribuição dos gols, depois da criação de uma tendência no futebol mundial de serem marcados poucos gols contra.
O debate não é novo e em nível de grandes competições tem um precedente recente na partida entre Holanda e Dinamarca na Copa do Mundo da África do Sul, em que não se discutiu se o gol foi ou não contra, mas quem foi o autor do gol contra.
A Fifa decidiu que uma cabeçada do dinamarquês Poulsen contra a própria meta não era um gol contra dele, mas de seu companheiro Daniel Agger, em quem a bola resvalou timidamente. Os holandeses venceram por 2 a 0.
Com os critérios atualmente generalizados, se a bola batida em Agger tivesse saído dos pés de um jogador da Holanda, não teria sido considerado um gol contra, e sim seria atribuído ao atacante.
Mais exemplos
Em outras ocasiões, as decisões a respeito dos organizadores do futebol também foram marcadas pela polêmica. Um exemplo disso aconteceu na Copa de 1998, quando na partida entre Espanha e Nigéria, o goleiro espanhol Andoni Zubizarreta desviou a trajetória de uma bola que não entraria e acabou colocando-a para dentro do gol. Apesar da falha, o gol foi atribuído ao nigeriano Garba Lawal, que fez o cruzamento.
Na época, a Fifa explicou que nos lances em que o possível gol contra é suscetível de ser atribuído a um goleiro, é mantida uma consideração especial, muito mais restritiva que no referente aos jogadores de linha.
Na edição passada da Copa América, disputada na Venezuela em 2007, foi batido o recorde de gols marcados, com 86, dos quais dois foram contra. O segundo foi do zagueiro Roberto Ayala, na final do torneio, em que o Brasil bateu a Argentina por 3 a 0.
Por enquanto, ainda não houve gols contra na edição de 2011, mas o debate está aberto. E, de qualquer forma, todos eles têm um toque de falta de sorte e se aproxima da definição escolhida por Messi.