Poucas pessoas são tão respeitadas na história e no presente do Palmeiras como Luiz Felipe Scolari. Mesmo tendo sido deprimente o final de sua passagem anterior (o time foi rebaixado pouco depois da saída dele), Felipão tem comprovado em seu retorno que pode ter sucesso de novo. Na quinta-feira, ao eliminar o Bahia, com uma vitória por 1 a 0 (gol de Dudu), o técnico ficou a quatro jogos de um possível título da Copa do Brasil.
Sua contratação foi justificada internamente como solução para controlar um vestiário que exigia pulso firme, algo que a diretoria não via em Roger Machado. Os bastidores, os vídeos divulgados pelo clube e as declarações dos jogadores vêm mostrando isso. Ele rapidamente impôs respeito com um estilo "paizão", de falar grosso e dar carinho.
Na Academia de Futebol, só Felipão para apostar em Hyoran em um jogo de Libertadores, com Lucas Lima e Gustavo Scarpa na reserva. Só Felipão para bancar o quase escorraçado Deyverson ou fazer o caríssimo Lucas Lima se levantar do banco e se sentar novamente, contrariando a torcida, que um dia o treinador enfrentou e apelidou de "turma do amendoim".
Felipão tem o "controle" e o respeito também da arquibancada. Nem todos os palmeirenses aprovaram sua volta, mas todos têm, no fundo, a sensação de que o campeão da Libertadores de 1999 e de duas edições da Copa do Brasil (1998 e 2012) pode, de alguma forma, fazer esse elenco ser campeão ainda neste ano.
A sensação de "OK, talvez esse time não consiga encantar, jogar bonito, mas o homem sabe o que está fazendo, tem funcionado".
Desde que Felipão foi anunciado e seus auxiliares começaram o trabalho, são cinco jogos seguidos sem sofrer gol. A série chega a seis partidas se somada aquela sob o comando interino de Wesley Carvalho, técnico do sub-20. O Palmeiras começa a ter uma identidade, uma cara, por mais pragmática ou feia que você possa achar.