O volante brasileiro Felipe Melo, da Juventus, da Itália, confessou em entrevista publicada neste sábado pelo jornal italiano La Repubblica que pensou em abandonar o futebol após a Copa do Mundo da África do Sul.
"Depois do Mundial não tinha vontade de jogar. Não tinha alegria e decidi abandonar", admitiu o jogador, que comentou a "grande dor" que sentiu com as críticas após a partida das quartas de final contra a Holanda.
Durante o jogo, que resultou na eliminação da Seleção após a derrota por 2 a 1, de virada, Felipe Melo pisou em Robben e foi expulso, deixando a equipe com um jogador a menos.
"Joguei um bom Mundial, mas no Brasil disseram que perdemos por culpa do Felipe. Isso não é justo. Quem entende de futebol sabe que bastava olhar nos olhos dos jogadores holandeses antes da minha expulsão, para saber que ganhariam", ressaltou.
"Passei a ser o único responsável. Quando voltei ao Brasil, minha mãe e meu pai choravam, minha casa estava cercada. Então decidi que o dinheiro que tinha era suficiente para viver bem toda a vida e que deixaria o futebol", disse.
O volante, que agora atravessa uma boa sequência na Juventus, comentou que sua mulher e o pastor de sua igreja ajudaram-no a mudar de ideia.
"Eles me explicaram que se eu abandonasse tudo, dentro de 20 anos estaria me sentindo perdido. Que se tivesse abandonado iria me sentir um covarde, mas como não sou um covarde, aqui estou", afirmou.
O volante brasileiro falou que está mais "humilde" e acrescentou: "não sou um anjo, e não poderei sê-lo nunca, mas entendi que posso ser duro, mas sem exagerar. Aos 27 anos, é possível mudar".
Felipe Melo explicou que contribuíram para que não deixasse o futebol o treinador da Juventus, Luigi Del Neri, e o dirigente da equipe, Giuseppe Marotta, que reiteraram que acreditavam nele. "Isto me fez mudar. Descobri que havia gente que confiava em Felipe Melo", concluiu.