Flamengo mantém “outro patamar” no mercado, e Palmeiras não incomoda.

O Flamengo já anunciou três reforços, dois deles com nome no mercado brasileiro.

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Flamengo e Palmeiras travam uma batalha pelo posto de clube mais vitorioso no Brasil, com dois títulos brasileiros para o alviverde, um e uma Libertadores para o Rubro-negro nos últimos quatro anos. A briga dentro de campo transbordou, nos últimos anos, para o mercado da bola. Donos das maiores receitas do país, os dois times investiram pesado em reforços de peso como Lucas Lima e Arrascaeta. Nesta janela, entretanto, a realidade mudou: o Flamengo segue com regularidade e trouxe reforços de nome, mas o Palmeiras vem tendo atuação tímida e voltada para aproveitamento da base e vendas de atletas.

O Flamengo já anunciou três reforços, dois deles com nome no mercado brasileiro. Vieram Pedro Rocha, que atuou pelo Cruzeiro na temporada passada, Gustavo Henrique, ex-Santos, e Thiago, que vem do Náutico. O Rubro-negro ainda negocia a contratação de Gabigol de forma definitiva, e busca no mercado mais dois nomes.

Por trás da fatura está a situação financeira confortável, fruto de uma reestruturação iniciada em 2015, e potencializada ainda mais pelo ano vitorioso, que teve as conquistas do Brasileirão e dá Libertadores. Há quatro anos, o Flamengo encerrou 2015 com receitas de R$ 356 milhões. Para o ano que vem, a projeção é ultrapassar a marca dos R$ 700 milhões.

Os ingredientes do aumento de receitas são diversos. Investimento forte na divisão de base feito com construções de CTs e até contratações de jogadores levou a revelação e negociações de jogadores de primeira linha, como Vinicius Jr, Paqueta, Jean Lucas, entre outros. As receitas de estádio com bilheteria e Sócio-torcedor mais do que dobraram. Para se ter ideia, em 2015, o clube arrecadava R$ 74 milhões com esses dois itens. Em 2019, o total obtido foi de R$ 162 milhões, ou seja, um acréscimo de quase R$ 90 milhões.

Apesar do ano ter começado com contratações e seguindo o planejamento esperado, o Flamengo começou a experimentar momentos de turbulência e disputa política interna ontem, com o desligamento repentino do gerente de futebol Paulo Pelaipe. A demissão expõe um distanciamento de setores do clube, já que a decisão não foi uma decisão do comando do futebol. Além de Braz, o diretor Bruno Spindel também faz parte desse núcleo. A queda tem a participação direta de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, vice de relações externas do Rubro-negro. Bap e Braz não têm um bom relacionamento e não falam a mesma língua há tempos.

Os próximos dias serão fundamentais para a avaliação do possível impacto da saída e seus desdobramentos na atuação do Flamengo no mercado. O Palmeiras também viveu um período de reestruturação e aumentos grandes de receita entre 2014 e atualmente, mas deu alguns sinais de esgotamento em 2019. A postura agressiva no mercado nos últimos cinco anos fez com que as despesas crescessem em ritmo mais acelerado do que as receitas: o clube fechou o ano com um déficit de cerca de 35 milhões. 

Em 2019, as eliminações antes do projetado na Libertadores e na Copa do Brasil também pesaram no orçamento. Foram jogos com casa cheia garantida em casa que não aconteceram, perda de premiações e queda até nas receitas do Avanti, programa Sócio-torcedor.

Conhecido pelo alto volume de contratações, Alexandre Mattos deixou a diretoria de futebol, substituído por Anderson Barros, e a política de contratações mudou drasticamente. Desde novembro, o alviverde traçou o plano de contratar menos e apostar mais nas categorias de base, que recebeu investimentos grandes de 2013 para cá.

Isso não significa que investimentos não irão ocorrer. O Palmeiras tem um orçamento entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões para gastar no mercado: modesto se comparado a anos anteriores, mas suficiente para corrigir eventuais carências pontuais.

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