Fla perde para o La U e se complica

Na próxima quinta-feira, em Santiago, o Flamengo precisará vencer por dois gols de diferença

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Na terça-feira, Adriano chorou ao não ver o seu nome na lista de convocados para a Copa do Mundo de 2010. Nesta quarta-feira, o sofrimento foi de todos os rubro-negros. Apesar de atuar com um jogador a mais por todo o segundo tempo, o atual campeão brasileiro jogou muito mal no Maracanã, foi derrotado pelo Universidad de Chile por 3 a 2 e ficou em situação delicada na Taça Libertadores. E se desperdiçou chances incríveis no duelo de ida pelas quartas de final, o Fla poderia ter deixado o gramado com um resultado ainda pior. A equipe chilena também perdeu excelentes oportunidades, especialmente no primeiro tempo. O Rubro-Negro marcou o segundo gol apenas aos 44 da etapa final, graças a um desvio na zaga aliado à falha do goleiro Pinto.

Na próxima quinta-feira, em Santiago, o Flamengo precisará vencer por dois gols de diferença para chegar à fase semifinal da Libertadores. Ou por um, se marcar quatro tentos. Se devolver o 3 a 2, a decisão será nos pênaltis.

A noite começou ruim para o Fla já fora do estádio. O primeiro obstáculo foi a logística equivocada. A delegação rubro-negra enfrentou trânsito intenso no trajeto Barra da Tijuca-Maracanã e chegou ao estádio apenas 35 minutos antes de o jogo começar. O que prejudicou o aquecimento dos jogadores. Situação semelhante à que viveu na eliminação para o América-MEX, em 2008.

O início da partida também foi tenso. Antes mesmo do apito inicial, torcedores pediram raça ao time. Pareciam estar adivinhando. Desligado, o Rubro-Negro falhou duas vezes antes dos três minutos. Primeiro, Olivera chutou por cima quase na entrada da pequena área. Depois foi a vez de Rômulo errar na saída de bola, e Bruno salvar de maneira espetacular uma finalização de Montillo.

Mas não houve perdão para o terceiro cochilo, aos quatro minutos. Juan e Maldonado se enrolaram na marcação no lado esquerdo, Willians tirou mal, e Victorino chutou rasteiro para abrir o placar, após cobrança de córner. Se a ansiedade já era alta, multiplicou-se por mil.

O calmante quase veio aos 12. Léo Moura cruzou da direita, Vagner Love cabeceou, a bola desviou em Olarra e tocou no travessão antes de sair pela linha de fundo.

Mas a atuação do sistema defensivo destoava. Olivera ganhou fácil de David e chutou no canto aos 16. Bruno saltou e salvou o segundo. A torcida começou a gritar por Petkovic, mas Rogério, perdido à beira de campo, tirou Rômulo e colocou Michael com 20 minutos de jogo. O treinador derrubou as próprias convicções e voltou ao esquema de Andrade.

Em vez de incentivar, a torcida transmitiu ainda mais nervosismo ao gritar insistentemente por Pet. E a resposta foi outro gol dos chilenos. Após cruzamento na área, aos 24 minutos, Bruno falhou feio, e Olarra cabeceou para o gol vazio. O goleiro reclamou de falta, mas não adiantou.

Adriano? Bem, começou a partida correndo, buscando o jogo, mas ficou refém da pífia exibição do time. Foi dele o esboço de reação, aos 38. Kleberson cruzou da direita, e o Imperador cabeceou no canto direito. Depois de sete gols sem festejar, enfim, o camisa 10 voltou a comemorar.

O lance acordou o Maracanã. Love perdeu chance incrível logo depois. Mas não tanto quanto a de Adriano em seguida, aos 43. Com o gol aberto, o atacante chutou por cima, desperdiçando uma oportunidade incrível. E levando os torcedores ao desespero.

Se falhava no ataque, o mesmo ocorria no setor defensivo rubro-negro. Aos 45, a zaga novamente permitiu que os chilenos contra-atacassem. Vargas, com Bruno batido, chutou para fora. A esperança da torcida renasceu aos 46, quando Iturra deu carrinho por trás em Willians e foi expulso.

Na última chance da primeira etapa, Adriano cobrou falta, a zaga desviou parcialmente, e a bola caiu no peito de Vagner Love. Era a chance do empate antes do intervalo. O artilheiro, que teve uma atuação muito ruim, dominou, ajeitou o corpo e chutou por cima. Quase na marca do pênalti. O apito final de Carlos Amarilla aconteceu com Love estatelado no chão, incrédulo com o gol que perdera.

Ducha de água fria no início

O Flamengo voltou para o segundo tempo com Petkovic no lugar de Maldonado. A ousadia foi castigada duramente. Aos dois minutos, Montillo aproveitou-se de um dos diversos buracos na defesa, cruzou da esquerda, e Fernandez, livre, completou para fazer o terceiro.

O Império do Amor continuou seu calvário. No minuto seguinte, Petkovic cruzou na medida para Adriano. Ele subiu e cabeceou no travessão. Se a dupla de ataque não acertava, na outra área Bruno ouvia vaias dos torcedores.

Com um homem a menos e uma boa vantagem no marcador, o time visitante se retraiu, e o Flamengo seguiu pressionando. Mas de forma desordenada. Aos 23, Adriano ensaiou uma embaixadinha dentro da área. A bola sobrou para Petkovic, que com o goleiro fora da meta, cruzou. Mas o Imperador não conseguiu alcançar. A bola passou. E o que foi parar dentro do gol foram dois jogadores do Universidad de Chile após trombada com o camisa 10 do Fla.

Aos 26, Rogério Lourenço chamou Dênis Marques para entrar. O que revoltou ainda mais os já irritados torcedores rubro-negros. O escolhido para sair foi Kleberson, que jogou mal um dia depois de ser escolhido por Dunga para ir ao Mundial na África do Sul.

Com três atacantes em campo, o time carioca seguiu com muitas dificuldades de superar o bloqueio adversário na entrada da área. E os erros continuaram. Como aos 30 minutos, quando Vagner Love tropeçou na bola dentro da área e foi desarmado. Se foi decisivo para a classificação do time no duelo diante do Corinthians, o atacante teve atuação muito aquém do esperado nesta quarta.

O time brasileiro passou a recorrer a cruzamentos sobre a área. Aos 33, Leo Moura centrou para Adriano, que desviou. O goleiro Miguel Pinto defendeu. No minuto seguinte, novo centro da direita. E o mesmo desfecho. Bola nas mãos do arqueiro após cabeçada de Ronaldo Angelim.

Nessa altura, o Universidad do Chile demonstrava estar mais do que satisfeito com o que havia obtido. Quem demonstrava insatisfação eram os torcedores rubro-negros no Maracanã, com o resultado e as falhas do time. O que se ouvia no estádio era a cantoria da pequena torcida chilena.

A partir dos 40 minutos, o time visitante voltou a se lançar ao ataque e obrigou Bruno a fazer duas boas intervenções. Já o Fla continuava errando passes e concluindo fraco ao gol. Mas a equipe conseguiu diminuir o prejuízo aos 44 minutos. Juan arriscou de fora da área e contou com a sorte. A bola desviou na zaga e enganou o goleiro, que também colaborou.

O gol acordou a torcida. Os gritos de incentivo voltaram. Mas acabaram aos 47, quando Juan errou um passe fácil para Petkovic pela esquerda. Um final coerente para um jogo em que o Flamengo abusou de errar antes mesmo de a partida começar.

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