Apesar do discurso de paz entre as partes, Joel Santana e diretoria do Flamengo já não falam a mesma língua. Bem como na demissão de Vanderlei Luxemburgo, quando o ex-treinador foi fritado e mandado embora um dia após classificar o time para a Copa Libertadores e ser garantido no cargo por Patricia Amorim, o atual comandante do time pode deixar o rubro-negro mesmo em caso de triunfo diante do Atlético-GO, neste domingo.
Sem ambiente dentro do clube e diante da busca de parte da diretoria por outro técnico, Joel Santana perdeu até mesmo as poucas pessoas que ainda defendiam sua manutenção no clube. Agora, a demissão do treinador já é uma unanimidade na cúpula do clube da Gávea.
O clima "azedou" de vez para Joel Santana após a entrevista da última sexta-feira, quando disse não ter nenhum apego pelo emprego e deixou entender que só estaria preocupado com a sua multa rescisória. "Minha única preocupação é com o contrato que tenho até o final deste ano. O que está ali tem que ser cumprido", disse.
Diante disso, o trio de ferro formado por Michel Levy, Walter Oaquim e Paulo César Coutinho, vices de finanças, relações externas e futebol, respectivamente, pressionou a presidente Patricia Amorim para que a demissão fosse consumada o quanto antes. Os três também aproveitaram para esquentar ainda mais as conversas com os possíveis substitutos do treinador.
Sampaoli negocia
Mesmo sem uma autorização oficial do clube, os dirigentes procuraram os representantes de Jorge Sampaoli, técnico da Universidad de Chile, para apresentar uma proposta oficial. O agente do treinador, Gelson Baresi, confirmou que a hipótese é bem viável e o nome do argentino, no momento, é o mais forte para o lugar de Joel Santana.
Enquanto isso, Joel Santana tenta aparentar tranquilidade e se manter alheio às especulações. No entanto, o treinador já confessou a pessoas próximas que está ciente do fim de seu ciclo no rubro-negro. O objetivo do comandante do time agora é vencer a partida de domingo e preparar uma defesa em caso de ataque da cúpula do Flamengo.
"Não entendo porque questionam tanto. Meu aproveitamento é superior a 65% nesta passagem", disse, na última sexta, dando uma prévia do argumento que deverá usar em caso de demissão.
Ainda assim, os resultados, cada vez mais, parecem não ser suficientes para evitar um processo que já está se tornando rotina no clube da Gávea.